terça-feira, 26 de novembro de 2013

Que as Cortinas se Abram!

Temos que aceitar nosso pepel no Grande Teatro.



Atores somos de uma peça de teatro, como já diziam os gregos. O grande espírito nos deu um papel sem bater em nossos ombros e dizer “Qual dos personagens você se encaixa? Mecânico, professor, advogado...”, ou mesmo... “Olha, você vai ter que fazer esse personagem e pronto!”. Não, não foi assim.

Nascemos como pobres miseráveis, ou às vezes não nascemos; ou quem sabe, como ricos ignorantes, ou pobres sábios, não necessariamente desse jeito, mas as possibilidades são inúmeras! Sem falar naqueles (ou neste) que nascem com problemas físicos, psicológicos, ou sei lá, com doenças raras, ou simplesmente como um simples cidadão sem a mínima vontade de ascender na vida...

Não importa, mesmo que não sejamos atores renomados, temos, porém, que exercer nossos papeis da melhor maneira possível. Não adianta chorar, não temos como voltar para trás das cortinas, pedir ao grande criador que nos dê uma chance de escolher o que queremos. Não é assim.

Assim como grandes pessoas que nascem sem teto, lutam pelo seu abrigo, vão adiante, com todos os seus problemas, e não ficam a lamuriar pelos cantos da vida, devemos fazê-lo. Sei que há casos de pessoas que nascem com dificuldades físicas, tais qual esse que lhes escreve, contudo, exercer papeis e ir em frente, com uma sociedade que discrimina, preconceitua, e faz suas escolhas baseadas em seres perfeitos (?), é um desafio divino.

Não é fácil. Devemos buscar, em nosso âmago, referenciais fortes, ao passo, harmonizarmos com a vida, com a natureza e tentar fazer nossas escolhas em preceitos mais que claros, pois a vida – em nosso caso – não nos dá o direito de escolher muitas coisas. Reclamar desse manancial, buscando culpados, a clamar deuses, e se questionar acerca dos grandes problemas a enfrentar, faz parte, mas ir a fundo ao fosso é perigoso. Perdemos a noção do grande teatro, de nosso papel, que, com certeza, não é chorar a peça inteira... Mesmo porque não seremos expectadores. Mas atores!



Nossas vocações nos são dadas. Trabalhá-las sem medo de ser ou ter é nosso trabalho. Se eu nasci para varrer uma rua, deixa-la limpa, qual a vergonha, qual o medo que tenho disso? Se nasci para ser um garçom, destes simpáticos que são elogiados a toda hora, pelo trabalho que exerço, mas no fundo sinto vergonha em sê-lo, por quê? Não há que ter vergonha!


Exercer nossos papeis divinamente é a nossa meta, nosso ideal, ainda que seja difícil. Nada é fácil, pois as estruturas sociais mudam com o tempo, os homens mudam com o tempo, e seus conceitos idem. Mas o que temos dentro de nós, o que bate em nome da vida a ser vivida da melhor maneira possível, não muda. E isso é sagrado.






A J.A.L.

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