quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Insônia







Há noites que não durmo,
Que não sonho,
Que não diurno.
Pernoito.
Procuro janelas nas estrelas,
Noites na lua,
Nua.
Tua imagem,
Danças,
Sorrisos,
Fuga.
Dormir não posso.
Mas posso correr.
Pular,
Rodar meu mundo,
Sagrado ou imundo,
Cantar mudo.

Há dias que te procuro.
Árvores, sombras se vão,
Tais pessoas inertes,
Freadas.
Dão frutos,
Semelhante a você,
Teus frutos,
E eu, bruto,
Hoje, de luto,
Sem poder.

Lá se vai o céu de novo,
Tão claro, agora escuro,
Embora puro,
Sem norte, isolado,
Ainda forte,
A espera de um mundo.
Não chegas, no entanto.
O pranto me vem,
E os lençóis em descaso,
Imundos pelo breu
Que me cobre,
São fantasmas de linho...
São ninhos meus,
À prova do som
De minhas lágrimas
Caindo.


Adeus, vou dormir.

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