Em todas elas pairam mistérios jamais desvendados. |
Por que será que há pirâmides de várias civilizações antigas
espalhadas pelo mundo inteiro? Já se perguntaram? Claro que sim! Sem falar que,
quando nos deparamos com uma imagem delas em nossa mente, pensamos logo no
grande Egito do passado, no qual monumentos há em nome de uma época em que tudo
era voltado aos deuses. Na América Central, o mesmo. Lá estão elas como forma
de sabedoria onde maias, incas e astecas tinham uma finalidade mais que humana.
Uma finalidade sagrada.
E quando podemos, em uma viagem, observar de perto tudo
isso, sentimos um calafrio só de pensar o que realmente queriam. E assim muitas
reflexões nos surgem na grande caminhada. “Como tais nações – Egito, Peru,
México – do passado conseguiram construir tantas pirâmides gêmeas, se nem mesmo
se conheciam?”... “Sem falar em suas posições geográficas!”... “E por que
fizeram questão de fazê-las com o material mais complexo da época?”.
Há muito, segundo estudos mais aprofundados, um continente
se afundou. E dele grandes sábios se dissiparam para vários lugares do mundo. O
que sabiam acerca dos deuses fora retratado na maioria das vezes em forma de
pirâmides, noutras, em forma de vestimentas simbólicas. Assim, pelo menos ao
que nos parece, a razão das várias pirâmides em lugares diferentes, porém
semelhantes no feitio e no objetivo.
No entanto, nem todas elas significavam, em suas respectivas
culturas, a mesma coisa. No Egito, ainda que fossem templos iniciáticos,
confundidos até hoje com sarcófagos, tinham a maestria de nos impor várias
simbologias, entre elas o argumento de que a base quadrada representava os
quatro elementos, sendo o quinto, o que tangia para o alto, o espiritual;
significava ainda, sua base, estruturas básicas de todas as civilizações, a religião, a política, sociedade e família; sendo o ponto
culminante, a filosofia.
Nesse ultimo argumento, todos se igualam.
Percepções
Percebemos que os antigos tinham percepções espirituais
diferentes das que temos hoje. Hoje, centralizamos um conjunto de coisas em
separado da unidade. Na Antiguidade, a unidade era única, e sem qualquer
elemento natural não haveria qualquer possibilidade de traduzir isso em
simbolismo.
Nós, atualmente, em razão de nossa visão antropomórfica
(transformando tudo em uma grande sombra humana), não conseguimos realizar essa
façanha. Seria preciso uma reeducação de valores dentro dos quais viviam povos
antigos – persas, gregos, romanos, egípcios, maias, astecas e muitos outros –
os quais ditaram, por muito tempo, realidades que se apoderam da dúvida humana,
como as pirâmides, por exemplo.
Os deuses
Os deuses não eram mais que uma natureza incompreensível aos
olhos humanos, por isso tinham que seguir a linhagem de uma saberia distante, a
qual demonstrava suas influências em processos que somente os grandes iniciados
entenderiam. E as pirâmides, como centros iniciáticos por muito tempo, tinham
seus segredos na entrada e na saída; na entrada, um ser humano normal, com
pretensões altíssimas de entender a Deus, e na saída, um ser maravilhado a
entender os princípios universais, juntamente com o respeito ao todo, a Deus.
Hoje, em meio a igrejas que realizam seus cultos com tais
pretensões do passado, se reservam em suas opiniões acerca do simbolismo de
tudo que a cerca: da cruz, das capelas em forma de pirâmides, do concretismos
dos santos, das revelações, das visões, e comungam novas filosofias, com base
em um passado que fazem questão de esconder.
Escolas
Na Grécia Antiga, as escolas iniciáticas fomentavam o ensino
tradicional, ainda que lá fora (fora das imediações), uma democracia, às vezes
uma tirania de um bárbaro que destruía tudo, impunha sua cultura. Na maioria
das vezes, contudo, a essência da primeira cultura permanecia em forma de respeito por
via das dúvidas.
Em tais escolas ainda, o ensino em traduzir todos os
elementos, de todos os mitos, à vida do discípulo era outra realidade da qual
podemos apenas opinar, não traduzir. No entanto, assim como nos deixam apenas o
que podemos, como crianças que podem brincar com determinados brinquedos, temos
em vista que a base de tudo era, a nosso ver, uma tentativa de nos trazer
exemplos universais para o nosso dia a dia.
No caso das pirâmides, por exemplo, não podemos nos
aprofundar na sua essência, nem mesmo na realidade que impunham no passado,
muito menos com o que temos hoje; então, é preciso entender que, já que tudo
pode e deve nos ser trazido aos homens em forma de ideal, traduzimos, em nossa
linguagem que as pirâmides podem ter sido o simbolismo humano mais concreto que
se pode existir.
Pirâmide de Epiteto
Ou seja, não é por acaso que fizeram tais monumentos com
finalidade que nos subtrai a inteligência apenas em pensar em sua
temporalidade, seu feitio, sua magnitude; por isso, ficamos com o que pretendia Epiteto (estoico).
É de opinião do filósofo que temos que nos manter erguidos
em nossas opiniões, em nossas buscas, em nosso viver; sempre devemos estar
acima, assim como a ponta de uma pirâmide, olhando de cima a base das opiniões
que nos cercam.
Devemos ser dignos, não ser influenciados pelas circunstâncias,
assim como a maioria o é. Não podemos cair em joguetes, não buscar espelhos em
uma sociedade falha, não buscar valores falsos, não amar heróis sem vida.
Não podemos nos afastar de nossos objetivos. Olhar sempre
para cima.
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