terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A Pirâmide de Epíteto



Em todas elas pairam mistérios jamais desvendados.








Por que será que há pirâmides de várias civilizações antigas espalhadas pelo mundo inteiro? Já se perguntaram? Claro que sim! Sem falar que, quando nos deparamos com uma imagem delas em nossa mente, pensamos logo no grande Egito do passado, no qual monumentos há em nome de uma época em que tudo era voltado aos deuses. Na América Central, o mesmo. Lá estão elas como forma de sabedoria onde maias, incas e astecas tinham uma finalidade mais que humana. Uma finalidade sagrada.

E quando podemos, em uma viagem, observar de perto tudo isso, sentimos um calafrio só de pensar o que realmente queriam. E assim muitas reflexões nos surgem na grande caminhada. “Como tais nações – Egito, Peru, México – do passado conseguiram construir tantas pirâmides gêmeas, se nem mesmo se conheciam?”... “Sem falar em suas posições geográficas!”... “E por que fizeram questão de fazê-las com o material mais complexo da época?”.

Há muito, segundo estudos mais aprofundados, um continente se afundou. E dele grandes sábios se dissiparam para vários lugares do mundo. O que sabiam acerca dos deuses fora retratado na maioria das vezes em forma de pirâmides, noutras, em forma de vestimentas simbólicas. Assim, pelo menos ao que nos parece, a razão das várias pirâmides em lugares diferentes, porém semelhantes no feitio e no objetivo.

No entanto, nem todas elas significavam, em suas respectivas culturas, a mesma coisa. No Egito, ainda que fossem templos iniciáticos, confundidos até hoje com sarcófagos, tinham a maestria de nos impor várias simbologias, entre elas o argumento de que a base quadrada representava os quatro elementos, sendo o quinto, o que tangia para o alto, o espiritual; significava ainda, sua base, estruturas básicas de todas as civilizações, a religião, a política, sociedade e família; sendo o ponto culminante, a filosofia.

Nesse ultimo argumento, todos se igualam.

Percepções

Percebemos que os antigos tinham percepções espirituais diferentes das que temos hoje. Hoje, centralizamos um conjunto de coisas em separado da unidade. Na Antiguidade, a unidade era única, e sem qualquer elemento natural não haveria qualquer possibilidade de traduzir isso em simbolismo.

Nós, atualmente, em razão de nossa visão antropomórfica (transformando tudo em uma grande sombra humana), não conseguimos realizar essa façanha. Seria preciso uma reeducação de valores dentro dos quais viviam povos antigos – persas, gregos, romanos, egípcios, maias, astecas e muitos outros – os quais ditaram, por muito tempo, realidades que se apoderam da dúvida humana, como as pirâmides, por exemplo.

Os deuses

Os deuses não eram mais que uma natureza incompreensível aos olhos humanos, por isso tinham que seguir a linhagem de uma saberia distante, a qual demonstrava suas influências em processos que somente os grandes iniciados entenderiam. E as pirâmides, como centros iniciáticos por muito tempo, tinham seus segredos na entrada e na saída; na entrada, um ser humano normal, com pretensões altíssimas de entender a Deus, e na saída, um ser maravilhado a entender os princípios universais, juntamente com o respeito ao todo, a Deus.

Hoje, em meio a igrejas que realizam seus cultos com tais pretensões do passado, se reservam em suas opiniões acerca do simbolismo de tudo que a cerca: da cruz, das capelas em forma de pirâmides, do concretismos dos santos, das revelações, das visões, e comungam novas filosofias, com base em um passado que fazem questão de esconder.

Escolas

Na Grécia Antiga, as escolas iniciáticas fomentavam o ensino tradicional, ainda que lá fora (fora das imediações), uma democracia, às vezes uma tirania de um bárbaro que destruía tudo, impunha sua cultura. Na maioria das vezes, contudo, a essência da primeira cultura permanecia em forma de respeito por via das dúvidas.

Em tais escolas ainda, o ensino em traduzir todos os elementos, de todos os mitos, à vida do discípulo era outra realidade da qual podemos apenas opinar, não traduzir. No entanto, assim como nos deixam apenas o que podemos, como crianças que podem brincar com determinados brinquedos, temos em vista que a base de tudo era, a nosso ver, uma tentativa de nos trazer exemplos universais para o nosso dia a dia.

No caso das pirâmides, por exemplo, não podemos nos aprofundar na sua essência, nem mesmo na realidade que impunham no passado, muito menos com o que temos hoje; então, é preciso entender que, já que tudo pode e deve nos ser trazido aos homens em forma de ideal, traduzimos, em nossa linguagem que as pirâmides podem ter sido o simbolismo humano mais concreto que se pode existir.

Pirâmide de Epiteto

Ou seja, não é por acaso que fizeram tais monumentos com finalidade que nos subtrai a inteligência apenas em pensar em sua temporalidade, seu feitio, sua magnitude; por isso, ficamos com o que pretendia Epiteto (estoico).

É de opinião do filósofo que temos que nos manter erguidos em nossas opiniões, em nossas buscas, em nosso viver; sempre devemos estar acima, assim como a ponta de uma pirâmide, olhando de cima a base das opiniões que nos cercam.

Devemos ser dignos, não ser influenciados pelas circunstâncias, assim como a maioria o é. Não podemos cair em joguetes, não buscar espelhos em uma sociedade falha, não buscar valores falsos, não amar heróis sem vida.


Não podemos nos afastar de nossos objetivos. Olhar sempre para cima.

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