sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Sexo Velado

Um beijo pode iniciar um dos mais belos atos entre o homem e a mulher.





Nunca é tarde para falar a respeito de um assunto que há muito era símbolo do alto respeito entre homens e mulheres. O sexo. De um tempo para cá, na realidade, após o nascimento de mentalidades dantescas, no pior sentido da palavra, iniciamos uma deterioração, confundida com revolução sexual.

Não querendo ser tradicional em demasia, no sentido de achar que o sexo é do mal, e que padres e pastores estão corretos em suas definições acerca do que pensam. Não, não é isso. A realidade é que, há de convir, precisamos muito mais de defensores de modos, atitudes, ainda que sejam sacerdotes modernos, do que de mentes que ampliam conceitos a respeito de tudo, desvirtuando completamente seus objetivos.

E o sexo, uma relação real, natural, deve (ou devia ) ser um modelo de código entre sexos opostos. Ou seja, é mais que natural que tenhamos um instinto voltado à pratica sexual, mas também não devemos deixar isso estampado em nossos rostos, em nossos corpo, em palavras como se fôssemos animais bestiais, os quais, do nada, se transformam em seres que só agem em torno da palavra sexo.

Hoje, no entanto, graças àquelas mentes, estamos em uma bola de neve sem precedentes. Ou seja, não se pode passar despercebido, ainda em tenra idade, sem tocar no assunto, ou mesmo, se pais não estiverem atento, de praticarem o ato. 



A bola de neve, agora com tamanho cósmico, demonstra que a atualidade faz apologias ao sexo, com pessoas manipuladas, em nome do dinheiro, da boa vida, do sucesso, transformando o que tínhamos direito natural em algo cru, frio, sem nexo e sem amor. Este, apenas uma palavra que se diz nas horas vagas, como troco do que se fez ou do que se pretendia fazer com a principal moeda – o sexo.

O Filósofo e Sexo

Para que tenhamos claros nossos objetivos (nossos ideais) de felicidade, às vezes ficamos sem critério para discernir, falar (sobre),  começar um assunto que para nós significa muito. E que tal assunto revelou-se no passado símbolo de humanidade, não de queda, involução, desrespeito, mas de algo que nos religa com o que há de mais sagrado.

O sexo é um deles. Não se falava ou se mostrava ansioso tal quais animais que se reservam apenas para tanto. Não tínhamos uma vida sexual crescente a uma vida espiritual; muito pelo contrário. Estava dentro do contexto, assim como o dormir, o levantar, o beijar sua esposa e ao seu filho. O sexo não era o principal argumento de uma relação. Era a última.

Poderíamos falar do sexo na era romana, quando, em nome dos deuses, faziam orgias, ou coisa parecida. Sei que estaria omitindo tal fato, mas posso dizer que em tal era pode-se dizer que o sexo, ainda que fosse normal soldados tomarem a mulher do fazendeiro no meio do caminho para a guerra, mais normal ainda fazerem sexo entre si, na falta de uma parceira, podemos dizer que, no fundo, há uma realidade que nunca vamos entender, pois romanos viviam de deuses, e com certeza o respeitavam.

Isso significa que seus atos tinham uma natureza universal conectada com alguma entidade, e, se não, tinham que se ver com aquela entidade.  Enfim, estamos longe de entender o que significavam os atos desses seres que passaram por nós, e nos ensinaram tanto em moral e respeito, e disciplina em combate.

Contudo, podemos dizer que eram menos simbólicos em seus atos quanto aos gregos e egípcios. Os gregos, a nosso ver, eram discretos nesse quesito, pois possuíam artifícios romanos, mas ao mesmo tempo voltados ao culto das divindades que permitiam o amor entre os humanos, e isso moderadamente.

Os egípcios, que viam sagrado em tudo, não poderiam deixar por menos o sexo. Havia sacralidade entre os dois, homem e mulher. Havia o verdadeiro amor, a paz que se busca em uma relação duradoura, e mais, ainda que houvesse o amor casual, um dos pares fazia um pequeno sacrifício à entidade, como forma de pedir desculpas ao todo.

Na relação, o perfume dos pares se revelava no escorregadio jogo de corpos, nos beijos simples, no tocar de ambos, no sorriso matreiro, que escondia mais mistérios que o mundo um dia possa perceber. Não havia a dor, mas a profundidade física encontrando o universo feminino dentro e fora de seu belo ser.

Ali, em nome do real amor, as horas não passavam, nem mesmo o Tempo, ou como diria em Roma, nem mesmo Cronos poderia atrapalhar, pois estaria velando com seu manto o poder de um homem e de uma mulher se aproximar, mesmo que fisicamente, de um universo próprio, somente dele e dela.

O Perigo do Sexo Casual

Atualmente, em nome de alegrias fúteis, desejamos sempre o sexo casual, como se fôssemos buscar um pão na padaria e voltar felizes, somente porque respiramos um pouco. É no mínimo perigoso, pois o sexo nos faz dependentes, como drogados viciados que pulam fogo somente para obter o que deseja.

E aqui cabem discretas traições, das quais não se consegue sair; cabem provas de amor, as quais se tornam infernos em relações que duram sem carinho algum; cabem imaturos testes, iniciações, como provas de podem sair sem se “machucar”...

Tudo pode ser meio de distração, mas o sexo não. É preciso que tenhamos comprometimento moral, disciplinar, quando abraçamos quem realmente temos como nosso amor. É preciso se abster de comportamentos vadios; de comerciais provocadores, de filmes, novelas, desenhos, conversas que nos levem a pensar que o sexo é vulgar e que somos protagonistas sem saber.

Podemos ser protagonistas, sim. Mas de movimentos que querem o amor real, e para isso é preciso buscar nas mínimas coisas, como no sexo. Não somos e não queremos ser puritanos, mas é  preciso que busquemos o respeito ao próximo e a nós mesmos. Sexo não é uma brincadeira. Se não o levarmos como algo natural e ao mesmo tempo ético, teremos consequências. E isso inclui o emocional.


Deixemos, no entanto, aqueles que se subjugam bons na arte de fazer “sexo”, pois cada um tem seu caminho. Temos que ter o compromisso pessoal e isso aumenta nossa integridade, algo que não se compra no mercado.







Ótima sexta!

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