“Justo é o Homem que conhece a Justiça, pois antes passou
pela injustiça, e mesmo assim escolheu a Justiça”. (Platão)
Ser fiel ás Leis da Natureza, assim como os pássaros são. |
Temos que escolher, pois somos dotados de relatividades
visuais, e mais, sempre haverá meios que vão nos levar a essa circunstância.
Não há outro jeito. E quando falamos de fidelidade, tentamos nos sobressair,
encolhendo, para os nossos princípios, que estão eternamente sendo moldado, o
que é de melhor para eles.
O que é de melhor, assim
como tudo que tocamos, pode ser um castelo de areia, uma brisa passageira, uma dedicação
natural a um determinado projeto, enfim, nada que dure, que seja fiel ao
Supremo, ao Ideal. Por isso as escolhas. Elas provêm de uma busca interna, que,
mais cedo ou mais tarde, deparar-se-á com algo um tanto quanto parecido com a
eternidade que buscamos. Não há fuga para isso.
Provas
Quando olhamos a borra do café, no fundo do copo,
pensamos, por que sempre a deixamos ali, no fundo, de maneira quase que
involuntária? E por que trocamos as coisas pequenas por outras e nunca
aceitamos trocar aquelas que temos tanto amor? Por que somos tão humanos no
início, e quase terminamos nossa vida como animais? Respostas há para tais
questionamentos como esse. É o próprio Ideal em nosso caminho a se mostrar em
pequenos mistérios, os quais podem ser aparentemente aniquilados por uma
simples ciência, mas só aparentemente, pois não podem ser respondidos de pronto.
E todo questionamento, seja ele qual for, em sua semântica, vem a significar uma busca, e ela deve ser mantida. Assim como Artur, o grande rei
mitológico, que um dia foi atrás do cálice sagrado e, depois de anos, descobriu
que estava ao seu lado; vamos atrás do ideal, que sempre está aqui, dentro de
nós, e fora de nós, por meio de rastros como numa possível borra de café que nunca se desfaz por
mais loucos que somos pela bebida.
A escolha
A escolha pelo Ideal vem com a inquietação. Há aquele que se
sente inquieto em relação a uma série de coisas, principalmente em relação
àquilo que gosta de fazer com afinco, desde a tenra idade. Ao crescer,
desenvolve e manipula tal projeto em prol da humanidade, pois sabe, nas
entrelinhas, que há algo no universo que é verdadeiramente bom, em todos os
sentidos, e de maneira natural, como se um Arquiteto trabalhasse para o
benefício de todas as coisas que se manifestam por meio de uma grande Harmonia,
em Amor, em Bondade e Verdade. E nós queremos fazer parte Dele.
Ao escolher e ser fiel a essa transcendência, percebemos o
quanto necessitamos ser tais quais a ele, ao Ideal, pois a semelhança conosco
não será coincidência, mesmo porque estaremos sendo fiéis a nós mesmos, no
fundo da questão. Nossos sentimentos – como a borra que sempre estará no fundo
do copo – de alguma forma, nos atormentarão, e nos levarão a loucura se
deixarmos. O motivo nada mais é do que nossa fraqueza ante ao visível, que nos
faz ver céus imaginários e infernos concretos, e mesmo assim amamos e
obedecemos às regras dele.
Mas o Amor é invisível, e tentamos compreendê-lo. A Verdade,
também, e somos loucos para conhecê-la; enfim, todos os valores, assim como os
ventos que nos calam, são invisíveis e ao mesmo tempo necessários ao nossos
corações e almas, que se revezam em entender e nos fazer praticar o que não
vemos.
Por isso que, ser fiel, a priori, nos remete a ser fiel a
algo ou a alguém. Mas esse algo vem a ser o nosso Segredo vivo, sagrado, como
se reconhecêssemos realmente nossa finalidade nesse Uno.
A Nós.
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