Viver, uma arte.
Imagens e Sons irreais: só nos faltam as algemas |
E caminhamos, caminhamos, e nos
deparamos com imagens, sons, falas, discussões, conflitos dos quais na maioria
das vezes não conseguimos nos desvencilhar. Aquele carro de som que passa em
nossa rua, como se fosse torturar um grupo de pessoas, as quais vivem em paz,
em suas casas, de modo voluntário. Outros com sons advindos de jovens que
possuem carros equipados com tecnologias digitais – tocou, falou, respirou, e
lá está a música preferida do boy.
Eles só se esquecem de fazer uma pesquisa para saber quem gostaria de ouvir
aquele barulho.
Não é radicalismo. Se fôssemos
mais leitores, saberíamos que há sistemas nos quais o individuo respeita as
pessoas, seja dentro de um carro, com som alto, ou qualquer que seja a música,
sobressaindo a complacência humana; noutros, em razão da falta de leis, o
individuo se revela à vontade para curtir, falar, gritar e andar como bem
quiser, na hora que bem entender. É triste.
Assim, caminhamos aturdidos na
maioria das vezes, na tentativa de fugir de sons e imagens impostos por uma
sociedade que ama manipular o que vemos e escutamos. Como é o caso das redes de
televisão, as quais, sintonizadas, horrorizam a todos com imagens bestiais, infringindo
leis humanas, com pretexto de nos trazer valores mais “humanos”(!).
Não sei se, partindo de canais em
busca de audiência, podemos retirar algo que possa ser completamente humano,
ainda que desejem. Porque tudo não passa de jogos de imagens que nos trazem a
superficialidade como se fosse algo real.
Sabemos no fundo que não passa de ideias, de truques, jogos e entretenimento.
A questão é quando tais jogos
começam a fazer parte de nossas vidas como algo necessário, e aí se confundem com o mundo real. Por isso, devemos saber
filtrar, sempre que possível, dentro que buscamos, em nome de nossos princípios,
o que é bom e verdadeiro.
Um Mundo à Parte
Há, no entanto, uma sociedade, ou
melhor, um mundo à parte que nos consome diariamente e quer nos ter atenção
voltada ao que não interessa ao que buscamos. É evidente que vão tentar chamar
a atenção, em forma de músicas estúpidas, voltadas à bestialidade humana, nas
quais muitos se revelam fãs, e vão criar filmes, novelas, desenhos apelativos,
com cunho sexuais, sem respeitar crianças, idosos ou muito menos os valores a
que temos direito de viver.
Muito pelo contrário. Com seu
poder de persuasão, criarão novos mundos, u´a nova arte, com novos quadros, e heróis
com expectativas e com histórias diferentes. Todos eles voltados ao sexo, ao
conflito entre familiares, ao machismo, ao feminismo, lesbianismo... etc.
É claro. Tudo isso já é uma
realidade. Por isso, em nome do bom e do verdadeiro, com nossas premissas
tradicionais, não podemos deixar nos levar pelas águas sujas que nos impõem em
forma de imagens e sons. Sempre que
pudermos desligar, nos retirar, mudar, filtrar, não o deixemos, pois o que mais
nos interessa, agora, vem de uma natureza pura, sem cascos, sem feridas, muito
menos interferências de senhores dessa imensa caverna.
A felicidade não se esconde em
terceiros nem em quartos, mas na
consecução de nossas buscas internas voltadas ao espírito. A felicidade é como
diria um grande professor “nossa alegria possível”. Mas se pudermos alcançar um
pouco além do que nos é possível, como levantar daquele sofá, daquela péssima
palestra, daquele bar; sair daquele pequeno conflito, antes que se torne
imenso; se pudermos assoviar uma canção de Bach, ler uma biografia de um grande
mestre do passado; ir a uma exposição de quadros clássicos; ou encontrar uma
emissora que tendencia a falar de arte, sem colidir com aspectos da
personalidade humana... Seria maravilhoso.
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