Roupas. O respeito ao sagrado. |
Até hoje falam sobre o modo de vestir dos romanos, dos
persas, egípcios... Não é verdade? Havia uma singularidade revelada quando
colocavam suas roupas. Não se pode, contudo, comparar com os de hoje, algo que,
em razão da palavra moda, se mostram mais livres, no sentido de estar de acordo
com sua consciência. O ruim, no entanto, é quando nessa consciência paira a
escuridão, a decrepitude, a dor, a loucura...
Enfim, em épocas passadas, pode-se perceber, e isso já foi
estudado e aclarado, que a maioria se vestia de acordo com um principio: o
Natural. O que significa isso? Quando nos deparamos com a beleza do sol, quando
nasce, quando se vai; das estrelas que surgem no alto; com luminar de nossa
querida lua... Isso era o natural.
É uma verdade incontestável. Para quem lê os livros do egiptólogo Cristian
Jaq, uma das maiores autoridades em Egito do mundo, sabe que ele faz questão de
descrever as sacerdotisas, os faraós, os habitantes do lugar com tamanha beleza
que nos faz perpetuar as imagens descritas pelo autor. Suas vestimentas, sempre
de acordo com os astros, abordando sempre os pequenos detalhes da noite, do
dia, ou mesmo de sua profissão.
No caso do faraó, a vestir sempre a saia justa, de linho,
negra, portando insígnias dos deuses; sem falar nos detalhes dos braços, nos
quais trazem puseras de cobre, anéis de ouro, a representar a dualidade, ou um
colar de serpente negro, a representar a sabedoria ou o infinito do uno.
Na Grécia
...roupas que caiam ao ombro, brancas – o mesmo em Roma, com
uma postura natural daqueles que andavam acima dos rios (firmes e fortes). O
branco, como até hoje nos parece, a representar o puro. E mais, o respeito, a educação
e a ética.
Atualmente.
Com desfiles de mulheres lindas, a demostrar roupas
além-bolso, na atualidade ronda o toque da moda, baseada sempre em premissas “geniais”
de grandes estilistas, os quais, em suas visões, ditam o que vestimos, desde
que apareceram. Ainda sim, percebo que há pessoas, ainda que sejam ricas ou com
poderio semelhante ao dos grandes empresários, a se vestir simples, incutindo
uma moda natural, sem forçar as cores, o tom e principalmente não deixando de
combinar com o contexto em que se encontra...
Nesse caso, mesmo que não haja qualquer motivo forte para
tanto, e ainda sim o fazem, é preferível a se vestirem baseados em uma
personalidade complexa, insinuando qualquer poder sem ter, riqueza sem ter –
riqueza interna. Porque muitos o fazem pelo fato de mostrar grandes roupas,
principalmente as mulheres, belíssimas em contextos nos quais a finalidade nada
mais é que fazer inveja a outra.
Não adiante, nossos olhos, graças à palavra liberdade, mal
concebida, mal interpretada, são outros. Não são de pessoas que possuem
compromissos com a natureza ou consigo mesmas. Tudo, na realidade, parece um
compromisso com o nada e ao passo com o tudo – menos com o que vale a pena. Por
isso, a disforma, o desrespeito.
Vestir-se mal é estar desconectado com o universo, com o
sagrado, com Deus. É só observar em que lugar estamos, e iniciar um processo simbólico
no qual possamos demostrar uma conexão do alto. E quando os egípcios diziam... “O
que está no alto deve ser demostrado embaixo”, não só falavam a respeito das
estruturas que por si só nos faziam refletir acerca do alto, mas em nós também,
em nosso andando, em nosso comportamento, em nossas falas e por que não no
nosso vestir?
A moda exterminou qualquer possibilidade de reflexão acerca
disso. Ela dita o que devemos vestir nos frio, no calor, e assim por diante.
Seja em forma de casacos imensos, a tapar os rostos, seja em forma de biquínis que
não tem nada a ver com o verão. E sim com o vaidosismo humano.
Enfim... Nosso corpo não é um cabide imenso no qual procuram
impor limites modisticos dos quais se
retiram e se colocam o que querem em nome de alguém que acha o que posso ou não
vestir.
Se um dia observarmos a natureza, é assim que o filósofo se
porta, estaremos concatenados interna e externamente também.
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