terça-feira, 14 de outubro de 2014

A distância entre Sede e o Copo D’água

O Desânimo nos toma como dragões que aparecem do nada, jogando seu fogo em nossos corpos, desfazendo nossas alegrias, nossos ideais. Matar esse dragão com as espadas que temos, levantar de nossos castelos, e seguir sempre, em nome de nossa estrela, nosso real caminho, o caminho da tradição.


Você consegue!



Quando se assiste a um desses filmes incríveis que nos faz refletir acerca de nossa existência, de nossas ideologias, de nossos objetivos, enfim, quando se senta, em um sofá, sem pretensões de aprender qualquer coisa advinda de uma programação pobre, em horários de entretenimento, sabe-se que a cabeça vaga entre o bem e o mal, como um capacete que descolou-se da cabeça do astronauta e se foi espaço a dentro...

E nesses dias, dias de eleições, dias em que muitos afirmam compromissos com horários eleitorais gratuitos, assistindo à decadência humana, impregnada de manipulações visuais, mudei de canal – graças à tv paga – e comecei a ver uma animação, dessas em que crianças nem param pra ver, só dormir.

E eu, um mero crianção, quase a dormir no sofá da sala, comecei a apreciar o desenho moderno, cheio de firulas animadas, mas que, no fundo, como não era de se esperar, trazia algo, mas um algo incrível, o qual me dizia lá no fundo de meu coração que eu precisava praticar meus ideais, nunca cessá-los, jamais abandoná-los.

Falava a incrível animação de uma inseto (uma formiga não sei) buscando um mundo utópico em sua visão, mas que acreditava nele piamente, e esse, cheio de frutos paradisíacos, de espaços nos quais nenhum ser humano poderia pisar, era a meta dele, desse pequeno ser, que, em hipótese alguma, pensava em desistir.

Muitos, no entanto, como na vida real, eram contra; diziam que a vida que ele pedia era uma mentira, que os sonhos dele eram muito caros, e realiza-los era uma utopia. Não nessas palavras, claro, mas a verdade é que me alertou para o que realmente acreditamos, para o que precisamos acreditar, e o que está dentro de nossas possibilidades...

Dentro das minhas, estava levantar, ficar de pé; dentro de minhas possibilidades estava lavar meu rosto, tomar um banho, ficar forte para auxiliar minha esposa, meu filho, enfim, coisas que, no fundo, não eram tão importantes em certos contextos, mas que, para a realização de meu pequeno objetivo, estava...

Na animação, vi que, apesar de ser uma animação, o autor quer deixar claro que não devemos deixar de sonhar, e jamais deixar que pessoas (no caso formigas, insetos...) nos coloquem ao contrário do que realmente acreditamos, e isso é básico e muito bom para iniciar uma conversa entre jovens, mas para  o filósofo significa algo maior. Significa olhar para o céu, encontrar uma estrela, tentar alcançar pelo menos sua luminosidade, e não desistir dela nunca.

Para o homem comum que necessita crescer, a realização material é mais que importante, é um degrau natural em sua vida, pois o sucesso profissional, familiar, religioso (não no sentido tradicional), social, enfim, todos eles funcionarão como degraus nos quais se deve subir, sem que haja qualquer aprendizado interno. Mas a natureza o faz aprender.

Ainda na referida animação, descobri que, no final, talvez o mais belo de todos o fins jamais vistos por mim, mostra a realização daquela formiga que tanto queria seu cantinho naquele lugar a que se referia desde o inicio.

Ela, que não saia de seu formigueiro, visava a um lugar maravilhoso, distante (e para ela, realmente era), belo e ao mesmo tempo concreto, como ela sempre pensou que fosse...Quando se descobre tal lugar, a bendita da câmara se distancia e nos revela que o local de onde ela se encontrava ao local que sonhava, não tinha, a nosso ver (não só a meu ver) qualquer distância. Eram praticamente colados!

Filosofia

Lembrou-me uma série de histórias nas quais se aprende que nossos ideais de realização, sejam eles quais forem, estão tão perto de nós, quanto o cálice do rei Arthur, que, na tentativa de encontra-lo, envia seus cavaleiros em nome de Deus, a sacrificarem-se a todo custo até encontrarem a taça.

Sabemos que o Cálice arturiano significa algo grande, imenso, de um teor espiritual maior do que possamos expor, mas sabemos que a simbologia nos remete a consecução de nossos valores, a partir de nossas práticas internas.

Tais valores estão por perto, assim como aquele mundo dos sonhos da formiga que sabia que não era apenas uma visão, mas muito mais. Sabia que podia continuar, apesar do tudo, das duras penas, das falações, das provas em contrário, das pessoas que sempre se revelam contra nós, enfim, sabemos que o nosso mundo perfeito está em algum lugar – assim como a felicidade está – e podemos ir ao encontro dele, ou mesmo da estrela, ou do nosso cálice, como se fôssemos crianças teimosas por um brinquedo.

O que podemos e temos que fazer é levantar-nos, sair de nossos sofás, entender que há objetivos nos esperando, e realizando-os, passo a passo, podemos entender que são realizáveis, pois estão aqui perto de nós. Podemos mais; sabe aquele mistério, aquele que burlou em nós desde o inicio, que nos fez assistir até o fim a animação?.. Pois é, ele vai nos dizer que tudo porque passamos nada mais era que o inicio de uma grande viagem em busca dos nosso sonhos.




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