quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Manipuladores de Sonhos

 Desde que nos conhecemos como humanos,sonhamos, e queremos entender o porquê dessa função atribuidora de reflexões natural. No fundo sabemos, e por isso jamais devemos vulgarizá-la.


Ontem, simbolismos; hoje, apenas sonhos.





Ao sonhar, tenho a nítida impressão de que os deuses querem se comunicar comigo. Não sei para os leitores deste, mas não consigo imaginar outra coisa. Calma, uma coisa é sonhar, ser agraciado por elementos simbólicos dos quais, na maioria das vezes, não se consegue tirar nada, outra coisa é achar que somos os únicos. Não, não somos. “Somos o sonho dos deuses”, disse um dia um pensador.

Mas ao sonhar, penso em algo maior que os meios nos quais circundo, nas pessoas com quem falo diariamente; ao sonhar, olho profundamente minha alma, e tento questionar a respeito de seus desejos internos – se estão sendo mais matéria ou não – e sempre a primeira vence... Nada pior do que constatar que meus desejos ainda não se elevaram, não se tornaram mais divinos – no sentido montanha da questão --, ao mesmo tempo, agradeço aos deuses por me darem a grande oportunidade (humana) de pensar a respeito de mim mesmo, pois meu ideal depende disso...

Sonhos

Mas o que seria de nós sem o sonho? Talvez apenas peças ambulantes,  buscadores de realizações a partir de esperanças físicas, realizadas sem qualquer finalidade – seria horrível! – E mais, como poderíamos enxergar o futuro dentro de nosso presente, dentro do que fazemos, assim, sem mais nem menos? Seríamos máquinas, robôs, ciborgs frios, com a parte interessante voltada a outra menos ainda.

Temos que refletir sobre isso, sobre o sonho. Porque ele nos fala com outra voz, uma voz escondida que se revela  quando dormimos, ou seja, quando nossa alma descansa – ou pelo menos penso que descansa --, e nos traz à tona ventos fortes que nos acorda para uma outra realidade, a de que temos um Mundo Inconsciente e dele devemos cuidar.

Tal realidade, no entanto, fica distante à medida que não temos uma organização física presa aos nossos olhos diariamente, ou pelo menos, quando queremos. Mas o sonho é assim mesmo, é como se fosse um país do qual fazemos parte, e que somos perfeitos organizadores dele, e que podemos traçar metas, andar, voar, ser um deus, sermos nós mesmos!

Mas o sonho, em si, para  muitos, é um espelho torto, por isso não se deve levar a sério, e que fazem questão de esquecer porque não vai influenciar em nada nossas vidas – ou a vida daquele descrente...

Sonhos no passado

Se soubessem o quanto o sonho foi importante no passado, saberiam que cada elemento é vital para trabalharmos nossa vida física em função da espiritual. No entanto, graças a nossa falta de referência para interpretá-lo, não temos mais o comando para isso. Nem mesmo o faraó que sonhava, ou rei que o fazia, o tinha, mas acreditavam tanto no sonho, que tinham indivíduos capazes de interpretá-los (um sacerdote dos sonhos, talvez), e deles partiam premissas para o bem ou para o mal daquele reino.

Todos sabem a história da história bíblica de José do Egito, um cristão que fora expulso da família pelos irmãos e que caíra nas mãos dos egípcios. Depois de saberem o quanto José era craque em interpretar sonhos, iniciou-se um processo de confiança entre ele e o reino do homem-deus... O resto, já sabem.

Não apenas no Egito, mas em Roma, quando sacerdotisas que tomavam conta dos templos dos deuses sonhavam, era como se o mundo parasse. Todos do império, assim como uma coletiva, ouviam o que elas tinham para dizer. E assim por diante em outros impérios.

O sonho de cada dia

Hoje, em forma de relâmpagos, nossos sonhos se vão, não deixam margem ao que precisamos saber, e se o fossem diferentes, o que teríamos a dizer? Não sei. Apenas alguns elementos dos quais podemos retirar do passado que nos dão a livre iniciativa de (tentar) interpretá-los, e isso, a nosso limite, já está de bom grado.

Mas queremos mais, queremos entender o porquê do sonho, porque, sempre, quando estamos em meio a uma batalha, seja ela qual for, nos aparece elementos fortes nos quais subtraímos o que nosso caráter pensa que é, mas não é.  Por quê?... Esse país, no qual poderíamos ter nossas ferramentas para manipular, nos manipula, enjaula, e nos faz... Pensadores.

Pensadores já somos. Agora temos que caminhar, de uma forma que referenciemos algo maior que nossos desejos interesseiros, temos que edificar, assim como construções que se iniciaram do primeiro tijolo, nosso próprio edifício humano, a fim de dialogarmos com os deuses.


Quem sabe seja esso o motivo dos sonhos. Os deuses nos presentearam com esse intuito, de fazer com que o sonho seja a ponte entre Eles e nós.

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