A História é o espelho do que somos. |
Há milhares de anos, passamos
pela história tentando lidar com a perfeição, ainda que muitos ditadores,
tiranos, déspotas tenham realizado façanhas que nos deixaram assombrados, pelo
fato de levarem consigo a frialdade nas veias, exterminando todas as
possibilidades de uma sociedade melhor. A perfeição, assim, como solstício –
quando o sol fica um pouco mais distante da terra – observa-nos do céu e sorri.
Contudo, na História, os ciclos
históricos não escondem a beleza dos grandes homens, que se iniciaram e procuraram
pelos mistérios que nos está latente, e que, com o passar dos séculos, ficou
mais ainda, devido à distância que nos fez sofrer o modernismo, capitalismo –
meio que responsáveis pelo sol que se foi e que nos era de direito.
Mas não vivíamos sempre de
capitalismos ou qualquer ismos há séculos, e isso nos proporcionou uma razão
voltada para o céu, ou seja, para o sagrado. Prova maior disso são os grandes
que nasceram quase que a granel na Grécia Antiga, como Anaxágoras, Anaxímenes,
Tales, Aristóteles, Sócrates, Platão, Cristo, em Jerusalém, entre outros, que,
bebendo do licor da sabedoria, transformaram o mundo Ocidental. Outros, no
Oriente, como Buda, Confúcio, Lao Tsé, etc, revelaram-se mais eficientes, pois,
até então, percebe-se em países como no Japão uma brisa de comportamento
prático ao que a tradição dos grandes deixou.
Se não fosse por essas brisas,
acredito, o mundo não seria o mesmo. Seriamos cegos, tortos, sem caminhos,
falhos no pensar, e não tínhamos rumos, ou mesmo a própria história não o teria,
o que seria mais grave ainda. Mas o homem, por ser homem, e nele, por adormecer
a divindade, sofre de um mal necessário, o de ser o que acredita ser, não o que
realmente é.
E todos os filósofos por
encontrarem nessa tônica a mudança para um mundo melhor, entraram em conflito
algumas vezes com reis que sem julgavam a própria entidade, ou seja, o próprio
Deus encarnado – o que, com certeza, é uma mania, inclusive, de alguns políticos...
– mas isso, com certeza, não fez com que a busca cessasse. Ao contrário.
Depois disso, por uma grande
necessidade, houve as escolas de iniciação, que preservaram o cunho simbólico de
uma época na qual vários de seus integrantes, ainda que houvesse perseguições,
foram obrigados a se fecharem, mas com um objetivo, preservar o sagrado dos
homens profanos.
Em “O Segredo de Tutancâmon” , de
Cristian Jack, por exemplo, ao falar de um Egito moderno já tomado pelo árabe e
mulçumano, conta a história de um advogado famoso, que recebe a carta de um monge que, ainda que fizesse curas em
nome de Jesus, tinha um porão no qual havia relíquias egípcias, guardadas a
sete chaves, as quais serviam de reverência e devoção. O monge nada mais era
que um sacerdote velado, iniciado nos grandes mistérios sagrados do Antigo
Egito, filho dos ancestrais que um dia governaram aquele país.
Mas o passado bate à nossa porta,
todos os dias, não apenas quando olhamos a Efigie, as pirâmides, ou os
monumentos romanos, gregos, persas, quando vamos ao Oriente Médio, ou mesmo
quando visitamos o Peru, México... Não precisamos sair de casa e perceber que
tudo isso é uma forma natural e ao passo simbólica de o homem dizer que temos
um legado a obedecer, e uma direção a tomar – nós mesmos.
A brisa do Conhecer a Si mesmo
As revoluções históricas, como
foi dito em textos anteriores, não citam pensadores tradicionais, os quais
margearam e margeiam toda uma civilização. Isso não interessa aos revolucionários,
que, partidários de ideologias (não de ideais!), exterminam qualquer
possibilidade de crescimento interno, seja do país ou mesmo do próprio homem...
É a vez, então, de abrir mão da
grande revolução e dizer, somos ignorantes, e queremos entender o conhecer a si
mesmo. Poderia, mas nunca, jamais isso será dito, mesmo porque não interessa,
pela cultura que sobrevoa o homem, de abrir mão de seus valores, como se fosse
da sua própria vida.
Assim, no entanto, sobrevivem
algumas escolas de cunho clássico, que se subjugam melhores que as tradicionais
e revelam-se buscadoras, sem sentido, de um homem melhor. Batem com o rosto na
porta, caem em abismos, e sofrem com a perda de fieis... Refiro-me às
Maçonarias, que, após um passado glorioso, em que se baseavam no simbolismo
profundo das grandes tradições, principalmente do Egito Antigo, hoje, fazem
propagandas, marketing, chamados, e são tão sutis em seus códigos quanto
elefantes em direção a uma loja de amendoins...
Refiro-me também aos movimentos “Templários”,
que, hoje, pela internet, ao se apropriar do saber antigo, pelo menos é o que
pensam, destinam seus chamados a qualquer cavalheiro
que esteja disponível ou que queira fazer parte de sua escola de homens
disciplinados. Ainda, aos Teosofistas, que tiveram como mentora a nossa querida
Blavatsky, se dirigem ao público fiel como se fossem reais donos da verdade...
E HPB nos disse “Nada é superior a Verdade...”, imagine se ela não tivesse dito?!...
Sem falar nos movimentos das igrejas atuais, o que já deu muito o que falar por
aqui...
Vejo tais movimentos como
espelhos de uma necessidade religiosa – no sentido de tentar lidar com o
comportamento humano – em buscar, ainda que com parcas ferramentas, ou nenhuma,
para dizer a verdade, com a ferramenta errada, o que o homem de hoje mais
necessita, conhecer a si mesmo e ao seu universo...
Volto com mais revoluções! (Próximo texto)
Nenhum comentário:
Postar um comentário