quinta-feira, 27 de junho de 2013

Vândalo de Mim

Sou vândalo de mim, de seu corpo,
Que morre na pedra aguda,
Pontiaguda, da agulha vadia,
Na esquina suntuosa da morte.

Sem sorte, sem lágrima, sem dor,
Num abismo fatal da lamúria
Que na fúria se quebra,
Que nas curas desvai.

Como dói.
Dói um amor bandido sem amigo,
Secreto nas ondas que algemam pedras,
Nas Pedras que alimentam calma,
Em minha pobre e mítica alma.

A dor me clama.
Sua ausência, forte quanto meu pranto,
Desfaz o encanto, que há tanto,
Em meu desejo escuro,
Tornou-se puro com seu canto.

Desfiz a vida em rios
E dela, o que não tinha,
Roubei teu amor hipócrita,
Arrombei tua porta.

Fui ao topo de sua torre,
Beijei-lhes os pés,
Amei tuas curvas,
E uivei como crias de lobo.

Fui seu lodo, sua lama,
Foste minha dama,
Minha cama, paz em guerras,
Retirou-me a terra...

Exterminei-me em sentidos,
Fiz de mim um inimigo,
Sem abrigo, sem caminho...
Pássaro sem ninho.



Adeus.

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