sexta-feira, 28 de junho de 2013

Revoluções: Referenciais, Arcaísmo e Tradição.




Partir de referenciais fortes, sempre.





Partindo do principio que precisamos, urgentemente, de referenciais em tudo que tocamos, opinamos, escolhemos, participamos, escutamos... Nada melhor do que encontrar um referencial natural ao que queremos expor. Acerca das revoluções, principalmente. E tenho a certeza de que todos, sem exceção, buscam e se revelam um pouco buscadores de suas verdades no que fazem...

Como disse anteriormente, os movimentos – maçônico, teosófico, escola de “templários”, de filosofia, entre outros...  Ao contrário dos movimentos reais, ou Escolas Iniciáticas, nas quais o simbolismo sagrado era pregado a sete chaves, ou seja, sem intervenções de terceiros ou quartos, hoje, funcionam mais como uma tentativa heroica de reaver nossos valores os quais, há muito, se foram e se desvirtuam com a força da modernidade estanque.

Tais movimentos, ainda que heroicos, possuem referenciais arcaicos, não tradicionais. E usando a beleza dos clássicos, tentam trazer à tona, com seus olhares e consciência, o que não conseguem: a verdade que se esconde. E se se esconde, nunca vão encontra-la, mesmo que tenham a melhor das intenções. “Nada está acima da Verdade”, como nos disse HPB.

Como eu disse, precisamos de referenciais, e eu parto da Tradição, não do arcaísmo. Aqui, antes de partimos para a essência de nossa defesa em prol de uma revolução interna, cabe uma pequena explicação, dessas breves apenas pelo direito de entender como ainda não entendemos nada!..
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Arcaísmo

... É tudo que vive no passado, não no presente, e muito menos no futuro. Para os grandes jovens de hoje que se manifestam em prol de um país melhor, a partir de um governo leniente e burocrático, é fácil entender o que significa arcaísmo. Quando se olha para uma escola abandonada, apenas à mercê de pais, alunos e “amigos” da escola com objetivos de mudar seu mundo, não de um governo que teria, por assim dizer, a obrigação, como em todo país civilizado, pelo contrário, deixa-se a ideia arcaica de que somos responsáveis pelo bem estar de uma educação decadente, menos ele. Estou me referindo apenas a uma fagulha do quesito politica, do qual ainda somos passivos de aceitação desde eras remotas, arcaicas.

Na própria religião, que se adequa e se iguala à Idade Média, podemos dizer que o arcaísmo é o se calar diante de questões relevantes que a própria Igreja, com certeza, nos deixa abismados, e que, após maduros, aceitamos e ficamos passivos ao que ela nos apronta. Isso não apenas na Católica, que se esvai com padres pedófilos, papas cumplices, etc, mas principalmente na Evangélica, que se aproxima mais das pessoas tentando revelar mistérios da alma sem saber o que significa; do arcaísmo, ainda penso nos pastores que erguem, desde tempos idos, templos em nome de seu Deus, o qual o abençoa por ter uma megamansão, alimentada pelos dízimos dos fiéis.

Do arcaísmo da família, que acredita, piamente, que existe apenas um salvador (de que?), e que este é o detentor de almas que não se queimarão nos infernos, do lúcifer, que caiu do céu, expulso do paraíso pelo Deus, que reina no céu, e que se esqueceu de um mundo que ele mesmo criou.

Poderia passar o dia todo falando de arcaísmos em que acreditamos, levamos para o túmulo e que gerações que nos sucederam estarão no mesmo navio, sem capitão.

Tradição

O arcaísmo, embora não tenha passado nem futuro, e, apesar de tudo, vira quase uma norma em nosso tempo, ainda sim, é arcaísmo, pois se baseia em distorções que um dia não eram distorções, e sim uma lei, uma reta conveniente, que seguíamos, mas que, graças àqueles homens que se dedicam ao mal, virou uma verdade advinda de várias mentiras.

A tradição, pelo contrário, é a verdade. Nela, como nos braços de uma mãe, o homem vivia. Na tradição, como uma brisa doce na manhã de domingo, ou como uma rajada de glória no coração humano, vivíamos. Nela, a Verdade, o Amor, a Beleza, como capitães de um grande navio traçam caminhos rumo a céu conhecido apenas pelos grandes sábios, que um dia entre nós viviam.

Falo da real humanidade. Falo do homem. Falo de todos os seres que se inclinam a fazer atos voluntários em nome da Paz, e que vivem em nome do sagrado e que o profano nada mais é que uma necessidade humana de crescimento interno. Não falo de modas, nem mesmo de rituais, mas de um sentimento nosso, que beira à divindade.

E o sábio, antes de ser sábio, já era um sábio, pois buscara a tradição na ponta do pensamento, o qual racionaliza em função da humanidade, e que, com os ciclos, encarnou no corpo humano com ideais (não objetivos!) de elevação da alma, de espírito.


A tradição é o nosso tesouro esquecido, e para que possamos falar em revolução devemos encará-la, de modo a ficar face a face conosco mesmos.






Tem mais revolução daqui a pouco.


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