sexta-feira, 21 de junho de 2013

Revoluções

O que podemos ser?



Há muito fazemos revoluções, e delas retiramos o sumo para mudar todo um processo que nos indigna. Dar-se em família, em sociedade, em um país, de modo a perscrutar chances de um mundo melhor.  E tudo isso com pessoas capazes, ou não, manipuladas ou não, mas sempre com um teor positivo – ou melhor, com uma esperança no bolso e outra na alma.

Tudo isso se faz a partir do momento em que a base dos princípios – seja em nós, ou mesmo em algum grupo  -- esteja sendo violada. Mas o pontapé, o início dela – da revolução – é, a depender do povo ou mesmo do homem, vagarosa, lenta, ao ponto de acreditar que ainda não se faz uma re-volução.

Por ser arrastada, ou pelo menos suas consequências, às vezes, não acreditamos nela – ou seja, que os pontos pelos quais se luta não serão atingidos, no bom sentido da palavra. Acreditar, assim como grande homens acreditaram em modificações estruturais a longo prazo, não passa pela cabeça dos revolucionários. Pois, se sou subjugado injustamente durante anos, se meu país é um exemplo nato de desordem e caos; se problemas básicos são vistos como montanhas e que ninguém tem coragem de subir, fincar bandeira e resolvê-lo, então, quando se vai às ruas, a natureza do pedido é simples: quero dar um basta.

Mas revolução é mudar completamente – da água para o vinho – ou seja, do pior para o melhor...  Por falar nisso, até um bom tempo atrás, alguns franceses quando perguntados acerca da Grande Revolução Francesa, diziam que “não fora grande coisa”... Estranho não?? – pois, quem leu, se informou, entendeu, filosofou sobre o que ocorrera em tempo idos, quando da Queda da Bastilha, sabe que a necessidade dos burgos de terem tomado o papel da elite francesa à época foi clara. Por isso, se organizaram. Criaram vários lideres, depuseram a rainha, e tomaram o poder.

Quer dizer, se pretendemos ser revolucionários, há de convir que é preciso, a priori, uma organização, uma militância – assim como em várias outras revoluções. Como na Americana, em cima os ingleses, não como algumas que se dizem “revolução”, como o processo ditatorial no Brasil, há mais de vinte anos. Aqui não houve revolução.

E sim, uma marcha ré dos princípios básicos aos quais foram referenciados em interesses frios e covardes, tendo como papel de parede a economia do país, que se engrandeceu. Muitos, no entanto, simpatizantes do sistema, até hoje, reivindicam esse retrocesso como forma de comandar (de governo), novamente, o Brasil, simplesmente porque não estiveram na pele ou não tiveram parentes, amigos, enfim, suplicando o que ele e seus filhos têm hoje: liberdade de expressão, e de ir e vir – princípios também básicos de um país livre e democrático.

No entanto, a Democracia, como sistema de governo, em alguns países, tem servido apenas como desculpa para resolução de alguns problemas os quais não se consegue dar o nome. Quero dizer que, hoje, quando se pega um deputado ou senador, até mesmo um presidente com desrespeito ao cidadão, o prende, o leva a responder processos, e o livra da tormenta do cárcere – sinônimo prisão para pobre --, a resposta é a Democracia.

Hoje, quando se têm problemas graves de desvios de recursos, e que intuitivamente sabemos para onde vão; quando obras imensas ficam paradas, ao léu, durante séculos em um país... Quando partidos, ainda que com sinônimos de farsa, quadrilha, ladrões, fazem a história e a cultura... Quando se colocam representantes de um povo sem que estes tenham pelo menos o primário... Quando olhamos para a TV e uma das maiores emissoras do mundo é falha em relatar a realidade, pois para ela seria doloroso... Quando todos os desrespeitos nos batem a porta... Quando somos governados pelos piores... Até quando isso será uma Democracia? – um grande escritor-filósofo chamaria isso de Tirania.

Mas a revolução, como dito, não se faz assim, como se fosse um assalto em um banco vinte quatro horas, em uma manifestação. Precisa-se de organização. Precisa-se de um líder sensato, que leve a sério os planos de mudança, e que tenha principalmente em sua vida experiências natas de governo. Até mesmo nas pequenas revoluções, que, quando se tem a intenção de mudar o comportamento de um vereador, governador, presidente em relação ao que faz com seu estado, país... Necessita-se de um planejamento.

Não se pode, ainda que se pareça sensato, ir às ruas, agrupar-se, andar, e com palavras de ordem mudar um sistema. Sem planejamento, organização, líder, partidário ou não, pode vir a cair no esquecimento. É a pequena grande revolução, sem pernas e braços, pois não sabe para onde ir e como ir, e, principalmente, definir seus parâmetros de exigências.

A violência.

Quando se vê a violência a tomar contar dos maiores movimentos, é tão natural quando colocar uma criança ao lado de uma bandeja copos de vidro. Todos se quebrarão. Não há – é o que quero dizer – manifestações sem a mínima vontade de externar o que se sente pelos governantes, ao se deparar com injustiças claras, quando se pega um ônibus, quando se vai a um hospital público – e privado --; quando se é assaltado, quando se cresce a desordem política, unida a religiosa, cheia de opiniões fétidas, em relação à educação.

Há de preparar para o pior.

Revolução Ideal

Mas a maior das revoluções, a interna, aquela pela qual passamos todos os dias, nos remete somente a nos depararmos conosco mesmos, e a nossas vaidades, egoísmos, desejos de ter, ser, ao ponto de nos debatermos com várias outras, nas quais caímos e levantamos, em nome de uma modificação não clara, mas que nos permite ser responsáveis pelos nossos atos.

É a revolução humana. A de nos elevarmos nas horas mais insensatas, mais cruéis,  e permanecermos fortes, e ao passo ético.


E disso falaremos depois...

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