... Quando temos ao nosso redor situações nas quais nos sentimos frágeis, sem possibilidade de ação, refletimos logo se vale à pena. Depende. Se a generalizarmos, com certeza teremos a resposta evidente de que não podemos nem mesmo nos mexer, apenas pensar sobre ela. Porém, quando situações há em que nos podemos ferir seja emocional ou fisicamente, partimos para o confronto... claro que há pessoas que, mesmo assim, ficam apáticas ao que lhe acontecem. E cada um dentro da sua razão...
Mas a maioria, dentro da dor que lhe convém sanar, parte para a guerra, na tentativa de salvar-se, ou salvar seu ente querido, como se estivesse em uma guerra com trincheiras e tudo mais. Aqui, somos todos guerreiros, filhos de uma pátria que criamos em particular -- não necessariamente a que nascemos -- estou a me referir a famílias, aos nossos amigos, mulheres, irmãos... Pais e mães, sem perdermos o foco de uma realidade que não se cria, mas que nos vêm.
A grande batalha, no entanto, aquela que nos faz mais chorões do que soldados, é aquela que nos desafia a lutar conosco mesmos, com se estivéssemos em espaços nos quais jamais tínhamos pisado. É certo que sim; os confrontos literais, nos quais aprendemos a lidar com a outra parte, reconhecendo-a, partindo para a campanha, já temos resultados à priori, você sabe que vai ganhar, perdendo ou não. Na batalha interna, em que você não tem ferramentas para se conhecer ou pelo menos não se educou para tanto, já entramos com a filosofia às avessas: já perdemos.
As únicas ferramentas que conhecemos é o próximo, aquele que, desde que nascemos, nos relativiza com adjetivos passageiros e crescemos imbuídos de sentimentos mais passageiros ainda relacionados a esses adjetivos, dos quais acreditamos ser eternos -- como bonito, feio, certo, errado, etc, e nos revelamos assíduos em defendê-los até que um dia conhecemos valores eternos, e dos quais somos parte -- com condições.
Tais condições, a depender de quem as vê e percebe, se tornam alvos fortes de modificações internas, mas não reais, pois ficam subjugadas por terceiros e por entidades inexistentes nas quais acreditamos sem rodeios, sem questionamentos: é a caverna de cada um em nome do sol externo.
A possibilidade de se autoconhecer se perde nos meandros de uma mata negra sem lua, pois nos tornamos xiitas, sem abertura ao sol, que tanto nos espera desde que surgiu a nós. Há saídas, contudo. A de refletir, mais do que nunca, ao que realmente acreditamos, ao que nos faz mal no sentido harmônico da coisa, pois o que nos retira da harmonia da vida, junto às pessoas, ao mundo e ao universo não pode ser considerado caminho para se conhecer a si mesmo.
Entretanto se sabe que existe o afunilamento amistoso, de ideias, de tudo, em todos os sentidos. Não se tem mais os amigos de antes como reais amigos, mas um conjunto de pessoas que devem fazer parte de nossas vidas como parte do caminho, essa estrutura que iniciamos lá no início, quando indagamos acerca de Deus; afunilamos nosso comportamento, nossas músicas, nosso amor, mesmo porque amor, para o filósofo, não é sentimento, mas uma união natural não apenas material, como também divina. com ambas as partes sempre a depender uma da outra -- não uma, não outra.
Tudo se integra. Tudo é Deus. Nada se vai. O conhecer a si mesmo se inicia.
É tempo de pensar.
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