Não se pode medir a alma, assim como medimos o corpo. Nem mesmo observá-la e dá-la adjetivos fixos, mesmo porque não a vemos. Tudo fica dentro de uma grande opinião sobre o que podemos ser e ter, conseguir ou não, viver ou não viver em função de argumentações que nos vêm à mente. Natural. Só não podemos deixar de buscar o que somos dentro de nossas experiências que nos sossobram na linha imaginária da vida.
O que nos resta, então, é tentar interpretar, por meio de uma simbologia própria -- seja através de metáforas neurolinguísticas, ou simbologias míticas, -- nosso papel como moldadores, jardineiros, mestres ou discípulos, os quais tentam ver não somente com os olhos físicos, mas com os da alma, tudo que nos molda para a vida interior.
É um papel difícil, porém humano. É uma forma de ver o espelho e saber que seu corpo nada mais é que um invólucro, uma caixa na qual se guarda todos os segredos do universo; é tentar entender que nela há luvas que serão usadas com fins de podar a terra, e com ela se identificará, de modo a não dar à mão a chance de reconhecer o que realmente é: pele, osso, unhas, etc.
Nada de mais.
Se somos esse ser que busca entender a si próprio, se somos naturais seres em evolução, se um dia encontraremos o que se busca, se nossas potencialidades internas são nossas armas frente ao que podemos ou não, e nelas encontramos a vontade -- espada que o Destino nos deu para enfrentar o dragão da ignorância que se perpetua em ciclos, podemos também compreender o universo a nossa volta, não como gerador de cometas, mas como um grande ser.
Assim, um dia, deixaremos de lado a luva e sentiremos a terra.
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