quinta-feira, 19 de abril de 2018

Um brinde ao Superman

Ele veio de um planeta até então desconhecido por todos -- Kripton, por causa de um certo descontento entre pessoas de seu povo que fizeram abalar as estruturas daquele que um dia, em uma galaxia distante, foi o melhor dos planetas... Assim como muitos governos que se destroem pela ganância, pelo egoísmo e falta de humanidade, Kripton se foi, mas, antes, nos deu Kal-El, em criança jogada dentro de uma pequena nave pelos pais que tinham a Esperança no peito e na alma em resguardar o que poderia ser a salvação da humanidade, a nossa.

Ao cair na terra e ser adotado pelos pais terráqueos, teve sua educação voltada a tudo que nos era de praxe, contudo, ainda em menino, guardava um cristal, dentro qual um tipo de gravação poderia ser ouvida, ao ser colocada a uma certa distância daquele terreno onde vivia. Era seu pai Kriptoniano, que não havia se esquecido de dizer, por um meio um tanto quanto avançado aos nossos olhos, que sua essência jamais deveria ser esquecida: ele, Kal-el, era mais que um simples menino que se tornaria um adolescente, que mais tarde transformar-se-ia em um homem, era um Super Homem.!

Com poderes além-humanos, como ser tão rápido quando uma bala, mais forte que qualquer homem, ter uma visão radioativa, com a qual poderia ver até através de cortinas de ferro, Kal-El, após descobrir tais poderes, iniciou seu percurso natural, iniciático, em meio a um mundo que, destruído pela ganância e egoísmo tal qual o dele que se explodiu, tinha a missão de não ser apenas o mais rápido, o mais forte, mas principalmente o mais sincero dos homens.

Foi com esse objetivo que Superman nos veio, o de demonstrar essa figura mais que heroica, mais que humana, veio a nos representar por meio simbólico que somos sagrados, e que possuímos não apenas forças externas, mas internas, que movem o mundo, que nos eleva a seres imortais -- não com oitenta ou cem anos, e sim para sempre. 

Quando Nietzsche usou pela primeira vez essa expressão (super homem), trabalhava em questões filosóficas advindas de uma tradição que moldava o ser o humano para ser um ser divino, equivalente aos deuses, como diria Platão, ao ser questionado acerca do somos. "Somos deuses e nos esquecemos!" -- o que equivaleria a dizer que em nós há elementos sagrados que nos concatenam com realidades naturais acima e dentro de nós. 

O Superman seria o homem que não mente, não trai, não se omite, não duvida de seu dever junto à humanidade, não cai ante às batalhas diárias, não morre facilmente, mas que, assim como Aquiles, nosso herói grego, que tinha um pequeno e leve defeito -- o do calcanhar que não tinha sido banhado no rio sagrado, por isso volúvel ao profano, Kal-El, ou Clark Kent, para os mais íntimos, não poderia ter em sua sombra um pedaço do seu planeta Kripton fosse ele qualquer tamanho... O efeito do grande planeta espedaçado, na terra,  soaria o contrário em sua pessoa, e seria no mínimo fatal a ele... Que belo!

Ao demonstrar esse grande humano junto ao mundo com suas características impressionantes, mais uma vez vemos que, ainda seja o maior dos humanos, assim como muitos semideuses do passado, temos algo que nos religa à terra, de modo simples, porém caro aos nossos olhos da alma. Assim representado no Tao, no Paraíso cristão, assim como em vários mitos que falam tanto de nós.

Por isso Superman será sempre uma tatuagem na alma humana, que, adotando-o como princípio, se elevará e se tornará um pouco divina, contudo, graças às paixões que cultivamos, não deixará a terra por nada.

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