Entre tantos exemplos de separatividade que nos levam ao caos humano, gostaria de citar o nosso, em particular, aquele que por si só já nos distancia de nossos ideais: o que nos afasta de Deus. Há muitos que podem se elencados, como sistemas que se edificam com fins interesseiros, outros, que caem, por desfaçatez de um povo que acredita que o próximo regime dará certo. O sentimento, ainda, hipócrita de uma nação em erguer ideias falsas quanto ao que podemos esperar de regimes que, historicamente, nunca deram certo, enfim, não apenas disso...
Se nos propusermos traçar linhas tradicionais nas quais o próprio homem foi responsável pela distância que nos vemos diante de Deus, a própria religião (assim rotulada) foi e é uma das principais fontes de separatividade da terra. Nunca houve tantos em tão pouco tempo, desde o dia em que reformularam palavras no sentido moderno da questão, para o provável avanço do termo "religião", como vistas a melhorar e não piorar o mundo; entretanto, não havia no contrato cláusulas indicativas de rever conceitos quanto ao que podemos ser dentro de um universo que só é diversidade, multiplicidade, energia e mistério...
O homem poderia se situar nesse ponto como grande conscientizador de fato e de direito, mesmo porque é o único que possui o livre arbítrio -- ferramenta natural para suas grandes ou pequenas escolhas --, a questão, no entanto, estaciona no momento em que ele pensa de forma estanque, sem consultar o núcleo que lhe eu origem. E assim, quando para em frente aos teus reais objetivos -- que é tornar o mundo um só, dividi-o, conflitua partes inocentes, cria sistemas falhos, esquece-se do básico, que é alimentar o próximo --- leia-se grandes nações esquecidas, as quais até hoje, após milhares de anos de discriminação religiosa, de raça e etnia, ainda tentam sobreviver com o legado humano: a separatividade...
É uma doença das doenças. Daquelas que não se cura com vacinas, muito menos com diálogo, mas com muita batalha e mortes, e com sorte, com sobreviventes que se conscientizam do sangue inútil jogado ao chão e a volta dos questionamentos mais básicos ainda.. "O que fizemos conosco?"... -- Pergunta que ecoará no universo e, como tudo que volta aos braços do indivíduo, dormirá no coração humano e o fará ver, com os olhos da alma, o quanto estávamos errados: que a própria Natureza demonstrava, antes dos mitos, das lendas, do próprio homem, que não somos estrelas que brilham mais que as outras, ou que somos filhos de Deus no sentido mais familiar possível. Não. Somos parte de uma estrutura assim como o grão de areia o é na praia, como uma rosa, em meio a milhões de rosas o é, sempre com o objetivo de transcender nosso jardim pelas qualidades que nos foi dada.
Muitos filósofos, cientistas, poetas, historiadores já passaram pelo ciclo do "eterno retorno" e puderam ver, em pequenos instantes, o significado da vida. Nesse siting, instante de sacralidade, somente possível aos inquietos em sua busca pela sabedoria, pode-se perceber que universos são feitos todos os dias, antes da vontade do homem; pode-se perceber que sóis brilham mais que este grande ser que alimenta nossos sentidos pela manhã e nos acalma na tarde, em forma de uma bela Alvorada; compreende-se profundamente a raiz de Deus, de seus frutos, de sua Inteligência em nos fazer participar desse grande Jardim Vital com poucas pétalas, poucas folhas, às vezes, nem mesmo nascido, pelo contrário, sem mesmo conhecer a terra em que poderia ter sido plantado.
Tais homens, por breves instantes, perceberam o que há séculos outros poucos, em uma certa época, tentaram nos repassar como alunos nossa lição de casa; no entanto, não fazemos, pouco, esquecemos, deixamos de lado, e enquanto isso a dor da separatividade se infiltra em gerações nos deixando preocupados porque não há mais mestres, professores, ninguém que nos relembre de nossas lições humanas semelhantes à do passado.
Boa sexta a todos!
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