quinta-feira, 5 de abril de 2018

Nada mais que Tudo

Os ciclos se passam em nossos olhos como quem não quer nada; se passam em forma de rosas que aparecem e desaparecem, de animais que se vão e voltam, e porque não dizer entre os homens que nascem, crescem, morrem... nascem, crescem, morrem... diante de nossos olhos ocultamente, preenchendo os espaços vazios de nossas opiniões e questionamentos mais vazios ainda. 

Como dizia o poeta, "As rosas não falam", mas os homens, dotados dessa simpatia, não apenas falam, tentam se harmonizar de forma relativa com seus saberes ínfimos à espera do bônus da história; não conseguem nada no entanto, mesmo porque não se racionaliza os ganhos da natureza, principalmente quanto ao que fazemos ou deixamos de fazer. Somos crianças para entender o básico de tudo isso.

Os mais voltados a organização, entretanto, que são os filósofos clássicos, que não se preocupam em racionalizar e sim resguardar os segredos e trabalhá-los em prol da humanidade, são os que mais se aprofundam nesse quesito. Não são "formadores de opinião", como dizem, mas mestres que nos elucidam caminhos, às vezes subjetivos, outras vezes claros como rios intocados. 

Tais homens descobrem valores, descobrem verdades que se passam pelos nossos pés como pequenos riachos, e ainda tocam neles, ainda que ocultos ao homem de bem. Nosso papel, aqui, como seres humanos, é de caminhar, olhar para o nosso sol, pedir-lhe proteção e que um dia possamos entender o poder que nos dá quando aparece por detrás das montanhas.

Os ciclos humanos são, como os demais, incessantes. Sua imortalidade se deve a uma evolução necessária aos seres que se compadecem a viver em função das potencialidades sagradas, os chamados deuses. E o homem, ainda parco em sua prática vivencial nesse tempo, tenta calcular o quanto fez, o que fez e o porquê; tenta elevar-se acima de uma natureza que não pede tamanho, mesmo porque não se pode relativizar o oculto, nem mesmo medi-lo.

O homem, enfim, também um microuniverso, não sabe o quanto espelha o macro em seu interior o poder latente para mudar e se transformar em algo novo, belo, justo e verdadeiro. Mas como diria um grande mestre que se foi, "O diamante também, um dia, foi um pedaço de carvão". Hoje nós somos apenas homens, amanhã podemos ser homens novos.




Que assim seja.

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