...Em meio a minhas caminhadas, pensei: quando é que vamos pagar pelos nossos erros, sejam eles pessoais ou coletivos...? E como se um dia pudéssemos fazê-lo, fiquei pensando mais, agora sobre nossas supostas vidas passadas nas quais cometemos erros que mais que supostamente são geradores de consequências futuras -- leia-se, não sabemos quando.
Mas aí, parei, depois comecei a andar bem devagar, e falei comigo mesmo... "Equilíbrio"... Sim, equilíbrio! Como não havia pensado nisso antes! Se temos uma Organização Sensível e Inteligível, segundo Platão (filósofo grego), que detém em sua estrutura uma Ordem, por que não a teríamos, por que não seríamos parte dela? Na realidade é bem mais profundo do que isso...
Na Antiguidade -- principalmente na Índia clássica--, acreditavam que o homem participava desse Todo, tinha em sua miniestrutura o reflexo da grande Estrutura, que seria o Universo, o qual estaria sendo regido pela Grande Inteligência Cósmica: O Darma. Seu contraponto, o Karma, fiel ponto no qual nos encontramos, sempre que nas entrelinhas desse todo desfazemos um trato, mesmo que involuntariamente... Como diria um grande professor, até mesmo os cães dela participam, porque não tangenciam ao grande Ser.
Nesse caso, poderíamos falar de algo que nem imaginamos, muito menos podemos pegar, como forma de exemplo, e visualizar em nossas almas, assim como nossa mente, trabalha para os seres racionais, não para os espirituais, os quais se encostam nos mistérios agudos do céu, enquanto nós, militantes do materialismo, só vislumbramos o que nos chega por meio de insights...
O que não é pouco.
Sem eles, não teríamos nem mesmo suposições do sagrado, de Deus, ou mesmo do nosso poder junto ao oculto. Somos exotéricos, não esotéricos. O primeiro, mais opiniões acerca do que somos; o segundo, eso, do que realmente podemos e somos.
Probleminhas...
A caminhada continuou, e andei por vários locais interessantes no meu bairro, e comecei a me alimentar de indignações e ao mesmo tempo de satisfações pelo que havia descoberto. Meu sorriso tímido, no meio de minha face feia, parecia um pequeno sol a se formar e acabei por solidificar outro pensamento... "Nossos problemas são parte de um equilíbrio", pensei. Possuímos conflitos, problemas naturais de nossa espécie, em razão de sermos humanos, e se isso funciona no coletivo, a certeza de sê-lo no individual é muito mais possível, mesmo porque o indivíduo é que faz a sociedade, os grupos, a humanidade... E o universo, com seus "neurônios", trabalha em função do equilíbrio, assegurando que precisamos sentir na pele ou no corpo, na mente ou no emocional, a dor necessário da balança interna se erguendo com intuito de equilibrar as partes.
E dentro dessa certeza, pensei em JAL, "quando um pai de família vai mal, um mundo vai mal"... O pequeno detalhe que gera o maior deles, seja de uma estrutura pequena ou não, tudo funciona a partir das mínimas fagulhas imperceptíveis das quais não temos nem tempo de percebê-las... O Homem, para o universo, é essa fagulha. Enquanto nossos objetivos, como humanos, não forem realizados de acordo com a grande Ordem -- como diria no antigo e belo Egito,-- com a Deusa Maât, forma de mulher, olhar forte e severo e ao mesmo tempo leve como uma pena, não estaremos bem, seja como humanidade ou como parte dessa grande Face.
Pensei mais, "bom saber que preciso fazer parte desse todo; mas preciso, antes de tudo, equilibrar minha vida, aqui, agora, como se precisasse equilibrar o todo". Por enquanto a balança nossa pessoal de cada dia se mostra desigual, e continuará assim por muito tempo, até aprendermos a lidar com diversos fatores com os quais ainda nem mesmo sabemos o nome.
Busquemos o mestres.
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