sábado, 12 de outubro de 2013

A Onda e o Rochedo





Te amo,
Mas não amo;
Te desejo mas não te quero;
Sou um louco sano,
Insano pelo teu corpo molhado.
Não sou Nero,
Talvez Augusto por teu beijo amado.
Não sou pássaro alado,
Nem leão ferido
Em tua selva calada.
Sou a penumbra de tua tarde,
O sol de tua manhã fria,
Que isola a ira de Deus,
Consola-se em lágrimas nuas,
Em tua fruta madura que cai.

Te amo.
E nunca mais te quero.
Como a dor que chega do nada,
Chega e vai-te embora,
Vai-te como a aurora,
E que do nada me leva agora.

E bate em mim como ondas,
E não sei o que fazer...
Minha alma escudo se quebra,
E não paras de me amar
No mar de outrora.

Mas agora, a violência de teu beijo
Me destrói saliente no sal do amor,
Desfaz-se em migalhas
Meu corpo, meu mundo,

Mas refaz a harmonia,
Alegra-me nos dias
Em que eu, rochedo,

Clamo teu mundo, teu amor.

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