terça-feira, 29 de outubro de 2013

Resumo da Caminhada


Separar o que é de nossa responsabilidade.





Sabemos fazer distinção daquilo que não temos controle com aquilo que podemos ter. Sabemos que nas coisas que podemos ter controle estão todas as coisas inatas, as quais criamos, coisas que subjetivamente vivem em nós, as quais dependem de nossas opiniões, de nossas atenção. Ao contrário daquilo que não podemos, e irremediavelmente não temos controle, como certas doenças, ou nosso crescimento, envelhecimento e morte...

Dessas últimas, temos que procurar manter a sobriedade, e saber lidar com elas, pois, como tudo na vida, há coisas que precisam ser reconhecidas como naturais, outras não. Estas nada mais são que, na maioria das vezes, debilidades humanas, pois atrapalham o desenvolvimento, a evolução de cada um. As primeiras são responsabilidades divinas.

E quando tocamos em responsabilidades, pensamos logo em nossos empregos, famílias, filhos, finanças, esposas, não necessariamente nessa ordem, mas que fazem parte de um universo que adotamos e que, com o tempo, tornaram-se leis inquebrantáveis na vida humana. Não por isso são elementos que podem nos deter para a realização de nossos sonhos, sejam eles físicos ou não. São elementos que, na realidade, para alguns atrapalham, mas que para outros ajudam em tal realização.

Mas se levarmos ao pé da letra alguns mandamentos já expostos, podemos ser felizes apesar de tudo – pois sabemos que responsabilidades, famílias, etc são sempre vistos como barreiras para tanto. E não são. Nada que achamos ser são barreiras, basta distinguir o que é nosso, impor controle, saber lidar com sua temporalidade, com nosso centro, através de nossas vontades, e pronto.

É maçante, com certeza; porém a raiz da felicidade se esconde em pequenos esforços que fazemos diariamente, não de uma hora para outra. Ali, se esconde a alegria, os bons momentos, a pequena brisa que vai e volta. Mas estamos a falar de algo que podemos guardar em nós para sempre, como uma sinfonia que não sai de nossas cabeças ainda que a tenhamos ouvido há anos.

Queremos, apesar dos pesares, sentir a faísca de uma realidade que somente os sábios um dia sentiram, mesmo quando a morte lhes batia a porta. Queremos entender, por meio de nossas visões, ainda que toscas, pequenos mistérios subjugados como necessários em nações cuja prática divina são como ar que se respira.

E mais, descobrimos, até aqui, que somos meio bobos, na verdade, enganados, na maior parte de nossas vidas, por sentimentos desnecessários, os quais se infiltram em nossa alma como lâmina e transformam o objeto real em fantasia. E com esta, fabricamos enzimas que se perturbam, afetando nossas mentes, a nos deixar mais irrefletidos em relação aos nossos objetivos.

A culpa, porém, dessa fantasia não é de um todo nossa, melhor falando, não há nada mais normal no homem do que imaginar, traspassar a realidade e cair em fossos que criamos. Uma prova disso são as expectativas; elas se enraizaram de vez em nosso corpo, dando margem a pensamentos tortuosos e às vezes surrealistas com relação ao que realmente o objeto pode ser.

A expectativa é a forma mais terrível de viver, pois nos faz viver em função dela, sem que façamos algo por amor ao próximo ou por nós mesmos; ela espera sempre algo: como um elogio, um presente, uma vitória... Assim, nos distanciamos de uma pequena necessidade humana, a evolução por meio de nossos atos, sem a espera de qualquer coisa.

Isso, no entanto, nos faz refletir, pensar que podemos viver sem ela. Em cada ato, enquanto não abolirmos a expectativa, não devemos parar. Assim como atos que vêm do coração. Como assim? você me pergunta.

Quando vemos uma pessoa passar mal na rua, quando um velho cai, desequilibrando-se no asfalto; quando qualquer que seja a pessoa, no meio de uma pista prestes a ser atropelada, ou assaltada... Se nossos coração não saltitam, tentando salvá-las, se nossos corações não enxergam a violência pela qual podem passar; se  não quisermos realizar aquele ato puro... alguma coisa está errada. Ou a própria sociedade está.

Mas uma coisa é certa, agir conforme as ações puras é um passo para a compreensão do que é realmente o humano. Assim como uma música que nos para dentro de um carro, quando em coisas vãs pensamos; e quando esta atinge nossas almas, alimentando nosso ideal de beleza e amor, não a personalidade e suas elucubrações loucas.

Uma coisa temos a certeza, se não quisermos entrar em decrepitude humana, se não quisermos ser alimentados diariamente por um monstro real chamado modernismo acelerado, e se não quisermos morrer tal quais os animais que um dia queriam ser pessoas, então façamos algo por nós mesmos, agora. Não esperemos que nos digam por meio de “saídas” inventadas, mas em nós mesmos, lá no fundo edílico da alma, naquele cantinho maravilhoso onde somente você pode meditar, refletir e entender o universo, e a Deus.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

A Parte que nos Falta

"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....