sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Crianças e fases.

Fases que não terminam.




Meu filho tem cinco anos... Faz aniversário no mês de julho, mês do nascimento de César (do grande general romano). Já passou por diversas fases, nas quais me enlouqueceram quase que totalmente. Acho que o mesmo da mãe, que sempre pira nas horas vagas e nas normais, quando o bambino nos pede, chorando, gritando, o objeto da bendita fase.

O que são fases afinal? Por que a criança tem de passar por elas? Aliás, por que passamos por essas fases?...

As fases serão sempre as estações do ser humano, em que aprendemos a lidar com elas, tais quais atores ardentes pelas peças, pela atuação. Cada fase se revela uma grande onda, a depender do homem que por elas passa, e nela se afoga ou não. São como as estações do ano que, aparentemente, se repetem, mas escondem a simbologia perfeita da Natureza na qual estamos inseridos...

Assim são nossos pequenos que se lançam com brio em suas ações heroínas, pequenas ações talvez, mas cheias de vida, pureza e simplicidade. E aqui entramos com nossos temores, pânicos, mas resguardados de amor e proteção, os quais passamos a eles, nossos filhos, que sempre nos desconcertam com seus sorrisos reais, e lágrimas idem.

Meu filho, com essa linda idade, já me fez repensar o fato de tê-lo, e pude retirar a seguinte lição... Queria pelo menos uns dez dele! Não penso nos pormenores, nem nos males, que, também, são de, alguma forma, divinos. Penso no imenso aprendizado, nas lições semânticas das palavras, do crescimento interno, físico, e, sem falar, nesse amor louco que temos por eles, e eles por nós. Este último, para mim, o mais certeiro, pois nos aceita tal qual somos.

As fases, nesse ínterim  ainda que nos leve à loucura, nos faz refletir acerca não só deles, mas de nós também, pois nos remete a sessões de lembranças de quando éramos pequenos. As mesmas fases, as mesmas falas, as mesmas broncas – só que agora do outro lado, do nosso lado.

E quando nos vem ao pensamento, cada uma, sorrimos solitários em cadeiras de vovôs, e assistindo a mais fases nascendo. Mesmo assim, não deixamos de brigar, de crescer e de nos envolver, até o último fio, com aquele que reflete o que nós fomos.

Fases Pequenas


A bola ainda não entrou no gol




Meu filho não podia ver uma bola, com dois anos de idade... Tropeçando, chutava, caia, levantava, sorria ou chorava, mas sempre queria uma bola ao seu lado. Achei – assim como achamos sempre quando se tem um filho que se apaixona por algo tão cedo – que um novo Fred (do Fluminense) goleador, amante do futebol tivesse nascido... Mera fase.

Após os dois anos, meu filhão se apaixona pelos desenhos da TV e não saia do sofá,  e foi lá que aprendeu a amar uns monstrinhos que há milhões de anos tinham sido extintos, até meu filho vir ao mundo... Seu amor pelos dinossauros foi uma coisa de louco que me fez, ainda que não gostasse deles (em razão da pouca utilidade), em decorar nomes que terminavam em “..sauro”.

A fase perdurou até o fim dos três anos, e abriu mais portas aos quatro, até o meio desta idade, mas, graças aos deuses dinossauros, que perceberam a repetição louca das histórias, dos nomes, dos “rugidos”, murmuram do céu ao ouvido do meu filho, dando mais espaços a outras fases que pediam para entrar no universo dele.


Extintos pelo Ben10.


Eu não aguentava mais. Mas a natureza não nos faz atrasados em nada, principalmente quando somos crianças. Ela diz que somos humanos, e enquanto não soubermos tudo, em cada fase, não pulamos para outra. E Pedro, meu filho, decorou o nome de todos, soube do comportamento de todos, pedia-me para desenhar, imitar, e falar o nome de cada um, ainda que eu não gostasse.

E passamos para a fase do herói. Homens do bem entram em ação. Com cinco anos, a fase do herói aranha, super-homem, Thor, Wolverine, e não podia faltar...Ben10! – aquele que me salvou dos monstros verdes, com três chifres, vegetarianos, carnívoros, enfim, dos dinossauros... Definitivamente, meu herói, também, é o Ben10!




Ben10 nos salvou!


Com seus olhos verdes, cheios de amigos com superpoderes, Bem, um menino de mais ou menos dez anos, é escolhido pelos aliens para resguardar um relógio mágico, o ominitrix, do qual saem poderes maiores que o menino.

São dez criaturas que dele saem. E Bem, o Ben10, em cada perigo, e em chances de salvar o planeta dos aliens, se vê na obrigação de bater no espelho do relógio e se transformar em grandes monstros do bem...

E Pedro, assim como milhões de crianças, que aderiram ao herói, e a amá-lo, pega seu relógio de brinquedo, bate nele e se vira, tal qual o Ben10 do desenho, e salva o mundo imaginário! É belo por excelência...

Antes de brincar comigo, Pedro diz... “Pai o senhor é do mal”, e eu sou do bem... (ou do Ben...), e, após o acordo, parte para cima de mim como se eu fosse um real destruidor do mundo, e os sons das armas (pela boca) disparam, em raios invisíveis, e eu, caindo ao chão, morro (de rir...), sem ele saber, claro, e me levanto com mais saraivadas de pontapés, e de chiados de armas invisíveis...


Sei que tenho muito a dizer sobre meu filho e brincadeiras, mas não posso. Vou dizer apenas que ser sócio dele nessa empreitada para salvar o mundo já me é um mundo salvo, pois, aprendi que amar os heróis, e saber por si mesmo que o bem é algo que temos de bom a seguir, e ele conseguiu entender isso por si mesmo, me faz mais, faz-me ser um pai fascinado por entender de perto que temos papéis universais, o de educar para o Bem... Seja ela 10, 11...



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"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....