Há tempo de se salvar, jovem. |
MAS... Como dizia o mestre
Platão, “vivemos um mundo de opiniões...”, e nele, nada mais havendo o que nos
importar, opiniões disparamos, em qualquer nível. Basta acreditarmos que somos
bons em algum ponto. E isso nos faz cadáveres vivos, não apenas uma juventude
que cresce em meio a um mundo que é regido pelo medo, pela violência, e que se
distancia dos seus reais objetivos humanos.
Quem não tem medo de sair a uma
esquina, ser assaltado, morto por nada, ou por tudo que se desconhece? Pela má
informação, má educação, formação... Enfim, por qualquer coisa. Quem não tem
medo de perder um filho, quando este com menos dez anos, ou cinco, sei lá, de
modo a segurá-lo até quando vai cumprimentar um amigo...?
Não é culpa do jovem pastor se
afincar nos desejos de pastores que querem levar ou trazer fiéis. Não é culpa
deles se embriagar de opiniões acerca do que não conhece – bíblias, ciência,
política, universo... – não. Estamos em
um tempo em que mostrar fragilidades é se mostrar débil, fraco, zero, ignorante...
Nunca um ser que espera a ajuda de alguém que seja confiável...
E quando o amigo vem... “Você
conhece Jesus?”..., “Jesus te ama!”. Seria excelente se a maioria, em nome da
História humana, desenvolvesse um trabalho de pesquisa, em torno de clássicos
que demonstram respeito aos grandes heróis, aos avathares, aos iniciados,
enfim, não houvesse um sectarismo... Mas se houvesse, o trabalho seria feito em
torno daquela entidade que rege a instituição seja ela cristã, budista...
Sei que é difícil, pois o
partidarismo, sectarismo, e uma série de ismos, são como refrigerante e pizza.
Sempre vêm acompanhados de “discípulos” com intenções de levar a pessoa a não
refletir, mas obedecer a leis criadas pelos maestros da entidade, ou seja,
pastores, anciões, monges capitalistas, etc...
Não há uma forma de lidar com o
pensamento daqueles, penso. Claro. Se o jovem se questiona a respeito de si
mesmo, há uma saraivada de respostas loucas, mas quando se questiona a respeito
da instituição, ou do avathar, mestre... (assim como um dia a nos ensinaram a questionar,
desde pequeno), é quase uma execração fria; e quando se torna frequente dúvida
acerca de tudo que faz por ela, como escravos mentais, é como se fizéssemos parte
de um inferno, ou, como diria o grande cético, somos o próprio demônio...
Para informação de todos,
Sócrates chamava o seu “amigo” invisível (um elemental), de demo, o que faria
dele, segundo a Igreja, um ser do inferno. Coisa de Idade Média. No entanto, esse elemental conversava com o
filósofo, e compartilhava com ele verdades as quais somente ele sabia traduzir.
Não era o mal. Pelo contrário. Talvez a própria Grécia em sua democracia
infernal acreditasse que o mestre o fosse, assim como a igreja de hoje, mas
Sócrates revelou-se um dos homens mais sábios do mundo, e se hoje há uma
filosofia que pode ser seguida, toda ela deve-se a ele.
O jovem não sabe quem é Sócrates,
pois a Igreja não deixa. Não sabe nem mesmo quem foi Cristo, Buda, Platão...
Homens que transformaram o mundo com a essência de suas palavras e atos, os
quais sob a forma de parábolas, mitos, contos... nos são passados, mas que
ainda claudica-se em torno de uma série de mistérios que, com visões simplistas
e modernas, envergam pessoas.
O jovem, contudo, pode
questionar. Não lhe é proibido. Ainda que digam, não é. Não importa se aquele
pastor, padre, “mestre”, o faça ficar calado no fundo do templo (igreja,
templos...Salas), o jovem é o único que pode inteirar-se com a rebeldia, e no
bom sentido da palavra, sair de sua minicaverna, e buscar sua natureza, e se
isso não for possível... Não perder-se em drogas, em comportamentos eloquentes
em relação à família, à sociedade, ao mundo...
O jovem pode elevar-se quando vir
o pôr do sol, sentir que todo aquele manancial pode ser mais que poético; pode
ser ele mesmo. E que a mudança dificilmente virá, mas a busca, feita com amor,
é sempre uma busca diferente daquela que quer embutir no próximo sua verdades e
criar zumbis para dominar o mundo.
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