Nossa natureza é ser feliz. |
A filosofia sempre foi um meio
pelo qual as pessoas se questionam para a compreensão do meio em que vivem. Foi
mais. Foi um meio natural de participar da vida sempre visando à prática
correta dos valores tradicionais, ainda que com todas as intempéries servidas
pelos deuses, com vistas ao crescimento humano.
No entanto, tal crescimento se
revela vertical demais, ao passo das necessidades externas, as quais visamos ou
somos educados para obtê-las. Explico. A parte interna, a alma, esse ser que
pulsa em nome dos céus, que preza a terra graças aos nossos desejos, vontades
mal direcionados, fica um tanto quanto distante de nossos reais valores.
E, por falar em valores, como os
praticamos? O que seriam? Seriam partidários? São natos ou inatos ao homem? Por
que deve haver os valores?...
Quando a alma ouve uma música
clássica, a certeza de que chegou à sua origem é muito forte, pois ela se sente
inclinada a degustar de cada instrumento, como se fosse uma criança presa a um
desenho animado, a fazer-lhe graça, pela simplicidade e amor. A música, a
poesia, quando voltadas ao belo, têm essa perspicácia de atingir a alma, e esta
o céu...
Todos valores – éticos, morais,
virtuosos, etc... – são atemporais, apartidários, natos (nascidos da natureza),
que servem, desde que a primeira partícula se expôs ao universo, para a
compreensão espiritual do todo.
Contudo, não se faz de imediato essa
compreensão – mesmo porque somos humanos, e isso significa que questionamos,
temos dúvida, erramos, caímos, levantamos, entramos para o mal, somos injustos,
voltamos a sermos justos, percebemos nossos erros, e sentimos a necessidade de
nos elevar internamente e externamente...
Necessidade estas, no entanto,
meio capengas já faz tempo. Pois o homem atual tornou-se caçador de si mesmo no
sentido mais literal possível, tentando exterminar todas as possibilidades de
ascensão de si próprio, deixando-se reger pelo capitalismo e outros ismos, os
quais lhe dão mais conforto – ainda que passageiros. Sem falar em seu racional,
ferramenta poderosa, que, antes, servia de elevação, busca de conhecimento,
integração, e hoje, beira a terra, ao chão propriamente dito, e simbólico.
Mas (sempre há um Mas), em meio a esse lixo metafórico e
quase certo, pessoas há nesse mundo que reverenciam a vida, e se preocupam em
lidar com os valores, tornando-a um pouco melhor. Seja por meio da filosofia,
essa ferramenta maravilhosa de busca ao conhecimento, à verdade, seja por meio
de grupos religiosos dentro dos quais se respeitam questionamentos, e mais,
respostas; há sempre homens de bem, mulheres de bem, que, guerreiros do dia a
dia, seguem aquele Algo por meio de tarefas simples, a deixar, como caracóis,
brilho em seus caminhos...
O primeiro passa para nos
tornarmos caracóis.
Distinguir o que é nosso.
Já que há buscadores nesse mundo, pensemos na grande filosofia do passado, com intuito de levar a nós mesmos, por meio de atos simples, inerentemente humanos, a felicidade que tanto buscamos.
Então,
Se visamos a felicidade, em
qualquer meio em que estamos, no trabalho, na família, nos estudos, debaixo da
ponte ou não, temos que saber distinguir o que é realmente nosso. Não é algo
gratuito, mas também é algo podemos dizer... “É humano”. Pois não se vê isso em
outras espécies, graças a cada uma delas já existirem religados às suas
naturezas.
Nós também, contudo, como diriam
os indianos mais tradicionais, “temos o Kama Manas”, uma espécie de subcorpo,
que não se satisfaz de um dia para o outro. Muito pelo contrário. Ele, o Kama
Manas, por ser chamado de a mente egoísta, ou individualista, deve ser domado e
levado, assim como um pequeno cão a aprender a lidar com o mestre, o dono, ou melhor dizendo, com
o que mais subjaz ao ser humano.
E quando tomamos decisões do tipo:
quero separar o que é meu do que não é meu, é como se ligássemos um botão de
alerta, pois nossa personalidade, educada por princípios errôneos, vai gritar
baixinho a depender do que estamos pedindo a ela, por isso, vamos iniciar com o
que mais pediram os grandes filósofos. Vamos distinguir o que é nosso.
Volto com mais filos.
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