Cuidado com o que pede. |
Esmirrados ao sol, presos ao um
livro, cheios de ideias religiosas, pronto para enfrentar a adversidade tal
qual o guerreiro cristão, o jovem religioso se embebeda de vontade de mudar o
mundo, o dele, e, neste, cantar em nome de Cristo canções de louvor. Tal jovem
sente que a sociedade está se transmutando com exemplos que denigrem seu espaço,
e este, na maioria das vezes, sem saída, obrigando-o a recorrer ao céu, e subir
até ele o mais breve possível, ou fazer da terra o paraíso literal, ao lado de
seus companheiros.
O jovem, por mais cíclico que
seja, está sendo manipulado por razões abstratas, dentro das quais não consegue
modificar uma vírgula, mas o que compreende é o bastante para digladiar consigo
próprio e com seus amigos de igreja. Para eles, não importa se estão certos ou
errados, e sim vivos em nome de uma esperança que não cessa – a de fazer um dia
parte da juventude celeste – uma ideia quase concreta.
Suas ideias, de paraíso, de céu,
de inferno, de dor, de amor, verdade, são perigosas, pois não chegam aos seus
conceitos reais (pelo menos buscam...), nem mesmo a ludibriar o mal, mas o que
importa? Para o jovem cristão, a energia dispendida em orações, em cânticos
(rocks, baladas, achés...) com letras cheias de citações bíblicas, e esperar
que uma política, sociedade, família façam o mesmo... É o que importa.
É difícil fazê-lo acordar para
uma realidade. Dizer-lhe que o céu seja algo mais profundo que o que espera, e
o que inferno, a depender da circunstância, pode ser suas dúvidas pré e pós-consciência.
Esta, às vezes desde a infância presa ao que a família lhe impõe, sobrevoa
entre árvores secas, sem frutos, dos quais não pode comer.
Sua consciência, por não se abrir
para a realidade, revela-se um grilo mudo, ao contrário do grilo falante, da
animação Pinóquio, se estendendo a horizontes com sol de plástico e estrelas de
papel. E quando vem a manhã, um medo que o acompanha nas veias, mas que se
vence nas entrelinhas de seu coração, pois o Cristo, que renasceu, subjaz em
sua teoria forte, o qual o auxilia em sua praticidade simples... O acordar.
E no integrar, o jovem cristão
sorri, como se fosse o mais simpático dos seres em busca de fieis à sua causa,
a qual se torna mais abstrata e confusa do que suas teorias acerca do céu e
inferno... E vai, e canta, e trabalha,
e, com o medo de amar, da maneira mais livre possível, recorre às orações a
pedir a Deus que o retire desse mundo , pois não sabe lidar com os instintos...!
Questões...
E os questionamentos acerca da
sociedade e de suas debilidades?...
Percebo que são como plásticos ao
vento em suas opiniões, as quais sintetizam a inércia até mesmo em pontos
realmente polêmicos, como o homossexualismo, lesbianismo, simpatizantes... E enfim,
tudo que, segundo o arcaísmo conta, é contra as leis divinas. Porém, não tentam, em sua praticidade,
entender a realidade. Quero dizer... Não há somente decadência em sociedades
distintas, quer dizer, em comunidades em que a minoria é discriminada. Qualquer
minoria.
No caso em questão, para fundamentar
uma opinião acerca de homossexuais, gays e lésbicas é preciso entender que nos
ciclos humanos há a possibilidade de nascermos héteros e homos, etc... O que
não invalida ninguém. O que invalida humanamente é o comportamento de um homem
que mata, estupra, oprime... E do lado
da mulher, idem. Agora, direcionar todo o mal do mundo ao homos... É de se
pensar, refletir, e iniciar um processo de respeito, ainda que, com seus modos
não aceitos, também são seres humanos.
Seus erros, no entanto, são
vistos como.. diferentes, pois fogem à regra dos erros. Mas quem disse que os
erros têm leis? A realidade é que a patologia humana com relação ao próximo é
individual, podemos aceitar não aceitando. Contudo, quando se torna uma grande
patologia social, e quiçá civilizatória... Temos, nós, em nossa sã consciência
rever nossos conceitos de amor ao próximo...
As notícias, entanto, não cessam.
Os preconceitos, idem. E o jovem cristão, levado a acreditar que é o final do
mundo, repugna todos os atos de uma minoria, que, acostumada a execração da
maioria sacerdotal... , sente-se na vontade de ir em frente, conseguir, em meio
à lama política, religiosa, familiar e educacional, criar leis...
E aí é que mora o perigo. Pois
até mesmo nos antigos impérios, quando havia homens e mulheres com direitos
iguais, não havia, pelos preceitos sagrados, universais, e divinos, casamentos
entre iguais, fisicamente. E assim por diante...
Hoje, na esfera de uma decadência
moral e ética, não poderia, jamais, a minoria contribuir para tanto, pois ir
atrás de seus direitos, às vezes, não é ir atrás do que é correto, pois se
temos referenciais tortos, não podemos sequer olhá-los. Os únicos referenciais que temos são os do
passado, os quais sintetizam respeito, humanidade, civilidade, amor (universal,
não sexual), e uma contribuição enorme para o céu de cada um.
E aprender com esse amor, seja
ele de cores e modos diferentes, em qualquer meio e situação, sempre
direcionado ao todo, devendo os jovens aprender – não só eles... – e, aos
poucos, e entender que somos todos passivos de erros, machistas, feministas,
homos... E perceber que dentro deles podemos ser protagonistas ou não, forte ou
não, partidário ou não, santos ou demônios.
Não adianta ouvir murmúrios discriminativos, baseados me premissas mais discriminativas ainda; deve-se questionar acerca deles, entendê-los, e obter a resposta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário