Viver, uma Arte.
Como a brisa em teu rosto. |
Já percebeu que, ao passar em
frente a uma vitrine de sapatos, roupas, brinquedos..., de repente, levamos
alguma coisa, simplesmente para suprir aquela vontade, aquele desejo? Isso
acontece normalmente com as mulheres, que compram brincos, sapatos, vestidos,
etc, mesmo sem precisar...
Acontece que nossos desejos – não
só o delas – são como mestres que mandam em nosso corpo, em nossos instintos,
os quais exigem satisfação quase que imediata – digo quase porque sou homem,
mas tenho a certeza de que com o sexo oposto a reação seria instantânea... Lá vai
cartão, cheque, grana... E a explosão no fim do mês. O bom disso tudo é que
sabemos o que nos causa mal, e nos distanciamos. Será?
O desapontamento por não conseguir
é real. Aquele incômodo, a angústia por não ter o que queremos, as razões, as
meras e simples razões que não explicam nada, e nos deixam pensativos.. Tudo
isso nos passa pela cabeça.
Não precisamos disso. A filosofia,
essa ferramenta que nos conduz a repensar nossos valores, comportamentos,
caminhos, e mais, questionar a respeito do que realmente podemos e queremos, no
fundo, pode nos auxiliar nas escolhas do que podemos ou não...
Se pretendemos suprir nossas reais
intenções de liberdade, temos que olhar para trás, observar o que temos feito
em prol de nós mesmos, no sentido de criar meios simples (não complexos),
e ao mesmo tempo disciplinares, baseados em estruturas psicológicas que deram
certo.
E a filosofia – como a maior das
estruturas – nos diz que temos que saber lidar com nossos desejos, e como mandante o centro. E este, como mão que manipula a vontade egoísta, deve, por assim dizer,
ser alimentado de atos que estejam em harmonia com a natureza, com tudo.
Sei o quanto é difícil, pois
estamos lidando com milhões de anos em educação desvirtuada de sua origem. No entanto,
somos humanos, e quando queremos nos levantar de nossas camas, o fazemos. Quando
temos ganhos a receber, quando ninguém nos segura para realizar nossos desejos,
enfim, somos humanos, e pretendemos alcançar, de algum modo, sem a obediência
externa e sim interna – aquela que podemos ouvir – a tão sonhada felicidade.
Para isso, precisamos “treinar”,
com pequenas coisas, deixando de lado as que não nos interessam, ou melhor, que
nos atrasam em relação ao nosso ideal, e uma delas é se afastar daquilo que nos
causa mal – ou seja, que nos afasta da paz, do amor, da família, das pessoas
que amamos – ou seja, de todos os caminhos que se revelam contrários e sem
volta ao nosso.
Saber Evitar
O que está sob meu controle já se
sabe. O que não está também. Mas é preciso entender que, se não houver uma
prática a partir do seu centro, a determinar os desejos de sua personalidade,
nossos passos serão apenas teóricos – e não há passos teóricos.
É preciso buscar ser harmônico.
Assim como uma música que toca ao fundo de uma paisagem bela, que retrata o pôr
do sol; como uma brisa que faz bailar uma árvore fina, pela manhã; como uma
lágrima que transborda ao ouvir uma sinfonia... Não há nada que possa tirar
isso do ser humano. Não adianta ser brusco com um ser (nossa persona) que foi transformado
no que é em séculos; mas é possível, por meio das tensões naturais – como da
onda que vai e vem, em razão da luminosidade da lua; como farfalhar da selva,
do espreguiçar de uma criança... – não a tensão do homem que quer, a qualquer
preço, mudar alguma coisa em prol de si mesmo...
Para nós, que queremos ser
humanos e felizes, temos que evitar buscar a dor ao prazer interno.
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