quinta-feira, 29 de maio de 2014

A sombra do que não somos

no rastro de Didymos Tauma

Platão: o quaternário seria o sensível em nós.


...Depois de reverberar pouco acerca do que somos, podemos falar um pouquinho mais do que não somos. Deixe-me melhor expressar. Em escolas iniciáticas não só da Grécia Antiga, mas de outras que se revelaram tão essenciais quanto à última, o ensinamento aos discípulos era dizer-lhes exatamente o que eram e não eram ante a um universo real, eterno, o qual, de alguma forma, estaria dentro de nós – e está – e cabe ao homem, em qualquer época, buscar esse ponto dentro do seu pequeno espaço que os deuses lhe dão...  A sua vida.

Já nos foi dito, não somente por Cristo, mas pela maioria dos homens de bem, que um dia plantaram ideias espirituais na terra, no homem, que somos perenes, ou seja, que passamos, vamos embora. Claro. Mas a tradição, e seu legado, como temos sempre colocado aqui, e é o motivo da existência deste blog, quiçá da nossa, diz que há uma parte que se revela eterna e a outra, não.

Da parte que dura, que se molda ao universo, é um tanto quanto difícil reverberar, contudo, tentamos em textos passados, como no anterior, no qual falamos um pouco do Nous Platônico, o qual se conecta com um Uno, e que, em nós, sobrevive como um morador de um terceiro andar não visitado há séculos, somente por sábios que o conheceram de “soslaio” e ainda sim são enigmáticos em suas palavras, ou melhor, necessariamente enigmáticos, pelo fato de ver o que a maioria tem dúvida.

E quando Cristo, em meio àquela época tão decadente, se expressa, somente aos seus discípulos, consegue ser um tanto quanto claro, mas, na realidade, nem todos os compreendem, mesmo porque nem todos teriam a profundidade do mestre. Mesmo assim, em tentativas de expor ao grande povo por meio de sermões o que “vira”, o ou que somos, ou que seria mais importante não somente naquela, mas em todas as épocas, ele aposta na busca sensata humana por si mesmo.

O quaternário

Bem... Vamos dar uma pausa em nossa ascensão  em nossa escadaria psicológica (rs) e tocar em um ponto interessante, ou melhor, em um ponto necessário para a compreensão de nosso Eu, a parte superior. Falemos de nossa personalidade, desse ser necessário ao homem animal, a qual serve de ponte aos nossos propósitos naturais – ideais, filosofias, psicologias etc – e que a atravessamos e/ou nela permanecemos com intuito de progredir em qualquer nível...

Porém, como meros veículos pelos quais nos apaixonamos, os elementos dessa personalidade agem e na maioria das vezes nos fazem acreditar que estamos no céu de nossas possibilidades; não, talvez, de nossos objetivos, os quais podem chegar ao que queremos sempre, e sempre baseados em premissas interesseiras, sejam externas ou internas.
Vamos clarear isso...


Mas no próximo texto.


Até amanhã...

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