quinta-feira, 8 de maio de 2014

Bem. Uma Lei Moral.

Charles Brown: esperando o bem alheio...



Um dia ouvi uma conversa de um desses sectários religiosos que dizia... “toda criança nasce com o mal, e cabe aos pais desenvolver seu amor a Deus”... Por incrível que pareça, tem sentido, mas nada mais é que uma protagórica conversa (de Protágoras), sem base, para impressionar os ouvintes.... Pois nada mais é mais belo, nada é tão do bem e mais puro que uma criança, por mais peralta que nos pareça aos olhos...

Entendi o ponto de vita daquele senhor. Mas não se pode ser taxativo nesses casos, enfim, é mais uma questão de ponto de vista. E o meu, embasado na Tradição diz, não somos do mal e, se o somos, desde criança, é porque nossos pais nos propiciaram tal característica...  O Bem é um potencial que se resguarda latente, e quando o digo latente, está fora de nossas possibilidades de percebê-lo racionalmente, apenas quando em ações naturais, quando algo nos indigna e chamamos a parte que nos move, involuntariamente...

No entanto, quando o percebemos, não tem volta; o praticamos em demasia, nas mínimas ocasiões, o que seria belo senão fosse nosso sentimento interesseiro em satisfazer a nós mesmos. Queremos ser reconhecidos...

Claro que queremos ser reconhecidos, mimados, voltados em elogios, porém, devemos ficar longe disso, transformar esse bem em algo que somos, aquela pequena estrela que pede para brilhar e há muito não observamos, apenas sentimos. Ficar distante dessa dependência de admiração, reverência, prestadas por pessoas que amam – nada mais errado que isso.

Uma questão de Alma...

Por que nos sentimos bem quando somos bem tratados, ou fazemos o possível para fazê-lo como cãezinhos que acabam de nascer? Supernatural. Ou quando acabamos de ler um poema, uma poesia de Drummond...  Ao rever um grande amigo que havia desaparecido do contexto... E quando o nosso filho acorda, pede a benção do dia, seguido do beijo sorridente de nossa esposa, sem falar das reuniões familiares nas quais conseguimos iniciar e terminar na maior paz do planeta, enfim, por que queremos esse sentimento de bem estar? A Alma nasceu para isso.

Por que nos sentimos bem quando levamos um café à visita que chega a casa? Ou mesmo quando uma pessoa chora e lá está você para fazer-lhe uma piada de bom gosto, e ao perceber, sentir-se melhor com sua pessoa... Quem não ama levar um presente às pessoas de que gosta, ou fazer um grande favor, ao levar amigos ou amigas, ou até mesmo desconhecidos em seus carro que acabara de comprar a qualquer lugar que queiram?

Enfim, se formos mais longe, perguntar-nos-emos, por que saímos de nossos pequenos e ínfimos lugares, retiramos todo dinheiro de nossa caderneta, ao perceber que nossas vidas estão se deteriorando, pegamos nossas malas, e partimos para a África ou Haiti, ou mesmo aqui, no interior do Brasil, e iniciamos um trabalho voluntário?

Por que nos impressionamos com as máximas dos homens que um dia nos retiram do eixo de nossos pensamentos pequenos? Por quê? Eu acredito que, assim como os grandes do passado, que nascemos para o bem, e nele um dia pretendemos dormir e acordar como numa cama perfeita...

Intuição Natural

Já que a temos – essa natureza do bem – temos que desafiar nossos sentidos, fazendo com que sejam menos dependentes de elogios, de observadores, de patrões externos, e criar o nosso, lá dentro de nós, sem que haja critérios de avaliação de outros, apenas os nossos. E estes serão baseados em premissas divinas, nas quais o ser humano, portador desse grande tesouro, não se submete a nada, apenas a intuição natural, quebrando vitrines imaginárias, desfazendo preconceitos frios, desviando de julgamentos cujos juízes são pessoas tão hipócritas quanto o dia em que não olharam para si mesmas e começam a olhar o próximo e julgar, julgar...


O Bem é o nosso berço maior, mas sejamos dignos dele, caminhando dentro de leis morais, dentro de leis que nos levam a refletir acerca da ordem natural da vida. O que não faltam são barreiras para tanto, pois, um dia aprendi, onde há pessoas cultivando o bem, outras há cultivando a separatividade, a extinção, enfim, o desamor, sem falar naquelas que nos enganam sempre, como na charge acima... Não sejamos um Charles Brown, sejamos do bem e firmes em nossas convicções, pois delas vivemos e somos coerentes.



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