quinta-feira, 15 de maio de 2014

No rastro de Didymos Tau'ma. O Sermão de Cristo.


Sermão da Montanha. Puro simbolismo.



Antes de iniciar nosso caminho em busca do grande significado das palavras do mestre, temos que fazer uma reflexão meio aprofundada sobre elas, mais uma entre tantas que fazemos diariamente; essa, porém, vai nos fazer lembrar do porquê estamos nessa tentativa de traduzir palavras que nos levem a uma dimensão completamente diferente a da nossa. Uma dimensão paralela, talvez, que se exibe invisível e que nos remete a um pensamento platônico, que diz... "há o mundo sensível e o inteligível", e a outro que diz que o mundo invisível é eterno, o nosso, sensível, não...

Interessante, não? Se estamos em um mundo sensível, é natural que estejamos refletindo acerca do inteligível, e se este há, podemos trazer até as nossas reverberações explicações, pensamentos, ainda que difiram da do filósofo Platão. Ou seja, podemos dizer que Blavastsky, a mestre do teosofismo, em sua tentativa de demonstrar a realidade a seus discípulos sobre o "outro lado", foi fiel à tradição -- também o foi Sócrates, e por que não dizer... Cristo em suas palavras sagradas?

O salvador, o tempo todo, falava desse mundo paralelo. Deixava que pessoas intuíssem a respeito dele... ("meu reino não é deste mundo.."), levando-as a meditar que mundo seria aquele ao qual se referia. E no fim... Para o desespero natural da história humana, acreditou-se que mestre cristão estivesse a falar de um paraíso literal no qual ele e o Criador lá estivessem a reinar eternamente, para eternun seculus...

Não é tão simples assim, mesmo porque não temos ferramentas -- somente os iniciados a tinham... -- para a compreensão do que Cristo falara. Apenas colocações em forma de metáforas, parábolas, contos... Dos quais o salvador retirava explicações, em racional, e se dirigia aos discípulos, ou mesmo à grande massa, para dizer que o mundo real não era o nosso... Mas aquele do qual vínhamos, o inteligível.

O Sermão

No Sermão da Montanha, uma das passagens mais belas da Bíblia, quando Cristo vai se expor, deixando clara a sua sabedoria ante ao mundo, à sua época, a ensinar o que se deve fazer em um mundo sensível por natureza e ao passo conflituoso, por exemplo, podemos questionar a respeito de suas palavras que saíam ao grande público como água que explodia de diques, e derramava até o último ouvinte.

Em meus estudos, percebi que "Sermão da Montanha" pode ser uma pequena expressão simbólica, em que constam diversos significados, e que nós, meio cegos e órfãos, não percebemos que Montanha, no contexto, não é somente uma estrutura imensa, às vezes maior do que qualquer estrutura mineral já vista pelo homem, mas também o ponto mais alto do ser humano... Já pensou nisso?

Ele, Cristo, poderia ter feito o Sermão, não exatamente de uma montanha, mas de dentro de sua alma, daquele lugar, como diria Marcus Aurelius mais tarde, idílico, ao qual somente nós temos acesso. Eu diria... Espírito. Diria mais... Acredito que, como sábio que era, pelas palavras que pronunciara, podemos dizer que o nows (que significa o uno em si) platônico se fez na voz do mestre. E se houve alguma palavra que dissera, como percebemos na leitura do Sermão, que não é uma interpretação gratuita, ela teve o cunho de nos remeter a nós (nows) mesmos...

Dê a César o que é de César”, disse, quando lhe questionaram a respeito dos impostos de Roma.

Palavras essas que soaram como fáceis em nossos ouvidos, porém, ao levá-las para o lado metafísico da questão, teremos que desmembrar uma série de referências que ele mesmo esconde na oração. César pode ser nosso mundo, nossas dívidas, nossas organizações para com o mundo sensível, ou mesmo com o todo, enfim, também nossas relatividades que nos levam a refletir a cerca de nossa existência... Nada tão racional ao ponto de compreender de forma natural.

O Sermão, se prestarem atenção, é realmente uma referência simbólica, porque, de acordo com estudos, Cristo jamais poderia ter sido ouvido com as poucas ferramentas que a época lhe oferecia. Não havia microfones, carros de som, caixas de som amplificadas, nem mesmo um tradutor simultâneo ao que explanava...


Concluindo... Devemos repensar tudo que lemos e ouvimos a cerca do salvador.. Não só dele, mas de personagens sagrados que um dia fizeram parte desse mundo, e mesmo com tortas interpretações, conseguiram sobressair-se. Pois normalmente o que dizem vem do céu.







Que a paz esteja convosco
nesse dia até o próximo texto.

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