quarta-feira, 21 de maio de 2014

Almas que se fundem.

No Rastro de Didymos Tau´ma.




A Arte e o simbolismo: a fusão de Deus e do homem.




...Como partícula indivisível, o átomo nos deixa ainda de maneira superficial seu papel no Universo, e nos fica uma grande interrogação acerca do que é ou não é. Claro, cientificamente, temos uma partícula que se divide sempre e nela serão descobertos mais elementos a compor a tabela periódica...

No entanto, como fora dito no texto anterior, a partícula a que se refere Demócrito, de Albidera, não é a mesma, ainda que o conceito do átomo científico é o mesmo – átomo, sem divisão – o filósofo falava de algo mais profundo, de partículas invisíveis, que Platão mais tarde vai chamar de Demiurgo, no Timeu. O Demiurgo, segundo o grego, são potencialidades específicas, que teriam criado o universo sensível.

Devemos deixar sempre claro que o Demiurgo não tem nada a ver com o deus cristão, que teria criado o universo a partir de elementos separados de si mesmo, o que não é aceito dentro da filosofia grega. Pois quando se fala em Demiurgo, fala-se de elementos que surgiram no mundo inteligível, de uma Inteligência a qual não teria como conceituarmos aqui, mas, segundo os gregos, surgiu de si mesma.

Podemos falar que o próprio homem, e sua alma, dentro do que o Demiurgo constrói o universo, se funde com a Alma Maior, de modo que se deixa subtender  que temos vínculos naturais com o todo.

E é aqui que surge possibilidade se surgimento dos deuses, de seres antropomórficos na filosofia grega e outras culturas, na quais o simbolismo pesa no sentido de explicar o que as entrelinhas não o fazem, o que o próprio grego não consegue em linhas racionais – quer dizer, talvez o façam, mas o critério adotado, assim por muitos do passado, é trazer à tona elementos que se fundem metaforicamente entre o homem e seu espírito, o homem e a grande alma universal.

Na cultura egípcia, por exemplo, quando temos no mito osiriano a morte do deus principal, Osíris, quando o grande deus misterioso Seth o decompõe, sabe-se que o deus maior tornou-se um, tornou-se o universo, ao contrário do que Seth queria, que era a morte do irmão. E assim por diante...

O ideal do mito, no entanto, não é traduzir apenas o universo, mas a essência de uma cultura que, nas entrelinhas dos contos, das lendas de seus heróis, e de mitos seculares, tornou-se mais forte e respeitada com o passar do tempo, além de demonstrar riquezas que nunca mais serão conquistadas, mas apreciadas por culturas presentes...

O mito, assim, com esse objetivo, vai servir de ponte entre o homem e sua cultura, do homem com o universo, do homem consigo mesmo, porém se transformará em descaso com tempo, mudando seu conceito, de modo a ser confundido com mentiras, casos inventados, etc... Pelo fato de levarem o legado mitológico como algo literal. E isso é perigoso...


Deixando de mão o mito, o homem em civilizações passadas, como tendo sua alma construída pelos deuses, fundida com a alma universal, teve sua divisão em sete partes, e por meio dessas partes, tentaremos explicar as palavras de muito filósofos, até mesmo a de Cristo....






Abraços.
Até amanhã.

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"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....