No Rastro de Didymos Tau´ma.
A Arte e o simbolismo: a fusão de Deus e do homem. |
...Como partícula indivisível, o
átomo nos deixa ainda de maneira superficial seu papel no Universo, e nos fica
uma grande interrogação acerca do que é ou não é. Claro, cientificamente, temos
uma partícula que se divide sempre e nela serão descobertos mais elementos a
compor a tabela periódica...
No entanto, como fora dito no
texto anterior, a partícula a que se refere Demócrito, de Albidera, não é a
mesma, ainda que o conceito do átomo científico é o mesmo – átomo, sem divisão –
o filósofo falava de algo mais profundo, de partículas invisíveis, que Platão
mais tarde vai chamar de Demiurgo, no Timeu. O Demiurgo, segundo o grego, são
potencialidades específicas, que teriam criado o universo sensível.
Devemos deixar sempre claro que o
Demiurgo não tem nada a ver com o deus cristão, que teria criado o universo a
partir de elementos separados de si mesmo, o que não é aceito dentro da
filosofia grega. Pois quando se fala em Demiurgo, fala-se de elementos que
surgiram no mundo inteligível, de uma Inteligência a qual não teria como conceituarmos
aqui, mas, segundo os gregos, surgiu de si mesma.
Podemos falar que o próprio
homem, e sua alma, dentro do que o Demiurgo constrói o universo, se funde com a
Alma Maior, de modo que se deixa subtender que temos vínculos naturais com o todo.
E é aqui que surge possibilidade
se surgimento dos deuses, de seres antropomórficos na filosofia grega e outras
culturas, na quais o simbolismo pesa no sentido de explicar o que as
entrelinhas não o fazem, o que o próprio grego não consegue em linhas racionais
– quer dizer, talvez o façam, mas o critério adotado, assim por muitos do
passado, é trazer à tona elementos que se fundem metaforicamente entre o homem
e seu espírito, o homem e a grande alma universal.
Na cultura egípcia, por exemplo,
quando temos no mito osiriano a morte do deus principal, Osíris, quando o
grande deus misterioso Seth o decompõe, sabe-se que o deus maior tornou-se um,
tornou-se o universo, ao contrário do que Seth queria, que era a morte do
irmão. E assim por diante...
O ideal do mito, no entanto, não é traduzir apenas o universo, mas a essência de uma cultura que, nas entrelinhas
dos contos, das lendas de seus heróis, e de mitos seculares, tornou-se mais
forte e respeitada com o passar do tempo, além de demonstrar riquezas que
nunca mais serão conquistadas, mas apreciadas por culturas presentes...
O mito, assim, com esse objetivo,
vai servir de ponte entre o homem e sua cultura, do homem com o universo, do
homem consigo mesmo, porém se transformará em descaso com tempo, mudando seu
conceito, de modo a ser confundido com mentiras, casos inventados, etc... Pelo
fato de levarem o legado mitológico como algo literal. E isso é perigoso...
Deixando de mão o mito, o homem
em civilizações passadas, como tendo sua alma construída pelos deuses, fundida
com a alma universal, teve sua divisão em sete partes, e por meio dessas
partes, tentaremos explicar as palavras de muito filósofos, até mesmo a de
Cristo....
Abraços.
Até amanhã.
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