Refletir acerca da Política como organização. |
Falamos em uma estrutura
delicada, que é a religiosa, na qual submetem seres a adotar pensamentos,
ideologias, cultura, opiniões e perder uma identidade graças a uma organização
voltada para isso. Deixamos de falar, no entanto, do papel do homem comum no próprio
contexto religioso que é buscar sempre uma organização maior, sombra de suas
próprias possibilidades.
O homem, na verdade, não precisa
ir atrás de sombras, mas realizar-se internamente, como ser sagrado, não
religar-se em qualquer canto, seita, ou meio para conseguir seus objetivos
religiosos, pois isso o deteriora, e não volta mais a razão.
Esse homem, filho do dia a dia,
das aparências Ocidentais, em conflitos políticos e também religiosos, se
submete à própria dor como naquela piada em que um homem diz “uma casca de
banana no chão, ah não!!”, e o outro espantado diz... “mas por que você diz
isso, amigo”.. Então responde o infeliz, “serei obrigado a cair de novo!”...
O homem comum tem que saber pular
as cascas da vida ou tentar retirá-las do seu presente. Olhá-las e assumir a
fraqueza, escorregar nelas então, seria (e é) o fim de um ser que nasceu para
se organizar frente a uma estrutura como ele é em si. E isso é tão real e certo que, em
civilizações passadas, acreditavam que o homem nada mais era que um
microuniverso, e o universo, um grande organismo, um ser do qual poderíamos retirar
a maior das organizações...
É um fato. É claro é certo.
Muitas das cidades antigas, principalmente as egípcias, foram cópias do que
chamaram de universo invisível, retratadas tais quais os sacerdotes as viam, e
por fim faziam com que outros iniciados engenheiros-arquitetos trabalhassem em
sua construção. No fim, a energia que passava pelo céu, passaria como brisa
naquele mundo. O sagrado estava em tudo.
A volta do Político
Vamos falar um pouco daquele que
saiu da caverna, viu e se entusiasmou (de entheo,
Deus em si) com o Bem e se enamorou da Verdade.
Quando aquele individuo (ser
indivisível) saiu da caverna e se deparou com outro mundo, sentiu uma grande
alegria, um grande espanto e ao mesmo tempo uma necessidade de levar a verdade
a seus irmãos que estavam penando dentro da escuridão....
E quando o fez, infelizmente,
teria sido desacreditado e por fim, segundo o grande mito, sido exposto ao
ridículo. Assim é a política, segundo o mestre, a qual, tem, por entre outras
funções, auxilia-lo em seus pensamentos, como diria Sócrates, por meio da maiêutica,
a gerar por si mesmo a verdade – e foi isso que fez em Atenas, mas fora
condenado à morte.
Platão, com isso, quis demonstrar
que, ao contrário do que pensamos, podemos nos desfazer de nossos frágeis e
quase eternos princípios, pois nos embutem realidades com a finalidade de nos
aprisionar ao que não somos. Para isso, usam nossas próprias fragilidades,
paixões, e desfazem nossos conceitos mais internos com intuito de prevalecerem
como nossos referenciais.
Política, enfim, seria
completamente o contrário do que vimos na obra do mestre grego. Talvez, em
essência, ela se mostre assim, mas a realidade é que quando sabemos que estamos
dependendo desse fator nos sentimos mais presos às falsidades antes das
realidades a que temos direito.
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