No Rastro de Didymos Tauma
A Importância da escrita suméria foi maior que a de hoje. |
Já pensou se todas as palavras
fossem apenas símbolos fáceis de compreender? Bem... Com as vastas culturas que
nominaram o mundo, teríamos certos problemas e não haveria mais lembranças de
que um dia um sumério, um inca, ou mesmo um egípcio teria passado por aqui e
nos revelado suas essências que, com o passar do tempo, se tornam tão
relevantes quanto o dia em que suas palavras (escritos, hieróglifos...) foram
descobertas pelo homem.
Ou seja, a História não teria que
interpretar mais o que estava escrito, pois estaria claro, literalmente, o que
as palavras estariam nos trazendo, sem margens a mistérios do que foram. E
isso, como hoje o fazem, surtiria um efeito contrário ao que as palavras
objetivariam: trazer a verdade velada pelas culturas.
Tudo isso que conhecemos, quer
dizer o pouco, deve-se graças a uma realidade porque temos que passar, ingerir,
pois temos pessoas iletradas que não fazem questão de ir atrás de seus direitos,
quiçá dos mistérios que sobrepujam o que somos; ou melhor, não completamente
iletradas, mas pessoas que se influenciam pelos “nobres” que se julgam donos de
um tempo, de uma época, como na Idade Média, na qual tivemos a Igreja tão
responsável pelas mortes humanas, quanto hoje o são bandos que se formam em
favelas, enfim, temos homens que se apoderam das verdades, por acreditarem que
o próprio povo igualar-se-ia em sabedoria a eles.
Isso não é uma brincadeira. Até
hoje, governos acreditam que a educação só se faz em suas escolas privadas, aos
seus filhos mimados, sem qualquer esforço, ao contrário da maioria, que paga,
pega ônibus, trens lotados, ou vai a pé, na lama, na poeira, na dor, apenas
para encontrar um pessoa para lhe passar informações necessárias ao seu
desenvolvimento pessoal e quem sabe profissional. Aqui, a própria informação se
torna uma arma aos demais, por isso poucos têm direito a ela...
Não estamos aqui, no entanto,
para falar de política, mas do poder da palavra, do verbo, o qual, em culturas
passadas, teve valores semânticos profundos, os quais nortearam nossas vidas e
nos elevaram culturalmente como filhos educados por um grande pai (ou uma
grande mãe).
E quando surgiram as primeiras
escritas, as cuneiformes, dos sumérios, vimos aparecer nossos primeiros pais,
pois não tínhamos nos expressado até então, mesmo porque não havia como
fazê-lo, não havia como expressá-lo, e com aquele ato, transformamos o mundo. Éramos
a primeira espécie a deixar em forma de escrita nossos pensamentos...
Antes disso, claro, eram desenhos
dos nossos antepassados, a detalhar nossas vidas em cavernas, no chão, nas
pedras, como se fôssemos crianças grandes na tentativa de se expressar em nome
de algo que vimos, amamos, comemos, passamos em nossos dia a dia, enfim, era
outra necessidade básica de comunicação, fosse com o presente deles, fosse com
o futuro.
A realidade, porém, é que, quando surgiu o primeiro pensamento em forma
de palavra, iniciamos um processo universal, material e místico, e não sabíamos.
Na escrita, o universo indizível do homem começou a aparecer, e ele, nesse
universo revelado, um tradutor do que via, só que agora em palavras...
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