sexta-feira, 30 de maio de 2014

A Dimensão Sensível


Egito. Uma cultura que sabia viver ao lado da morte.





... Muitos filósofos do passado se referem à parte inferior, à personalidade, como sombras que se vão em meio à luz. Dá para entender a alusão que fazem ao quaternário do homem principalmente se estivermos olhando do alto. Mas não estamos no alto, e sim, dentro de uma persona (como diziam os gregos), de uma máscara que se vai após “o pequenos sono”, como diria a teósofa Blavatsky, quando se refere à brevidade da vida.

Se pudéssemos realmente enxergar a vida dessa forma (como um pequeno sono, dentro de um veículo) não estaríamos fazendo alusões teóricas a respeito dos grandes, nós seríamos um deles. Mas isso não importa. E sim, a maneira como nos portamos frente ao mundo, às pessoas, e a uma sociedade que nos instiga questionamentos acerca de uma mudança gradual em nós mesmos, em nosso veículo natural – o quaternário.

Quaternário...

Como fora dito nos textos anteriores, temos faíscas de dimensões em nós, as quais sintetizam um universo invisível e ao passo sensível ao prisma da grande Maya – deusa Indiana, que sintetiza as ilusões do Mundo. 

E em nós, temos o sthula sharira, termo sânscrito, que significa corpo – físico, denso, -- enfim essa dimensão terra da qual vivemos e damos tanta importância, tem a grandeza a partir dos elementos visíveis no universo, e em nós representado pelo físico, composto pelo éter, por isso, também chamado de étero físico. Na realidade, vamos dar importância ao que temos a partir desse veículo, pois ele será a ponte dos elementos que nele residem, ou seja, de nossas energias. 

E por falar em energia, temos Prana, ou o corpo vital, responsável por carregar a vida, do grande oceano misterioso que corre lá fora, de forma invisível, tal qual brisas que não vemos e nela estamos, e que ao passo se encontra em nós.

De Prana, podemos dizer que somente os iniciados nos mistérios ocultos podem (podiam) manipular, assim como os sacerdotes egípcios, os quais em meio a seus estudos, e com fórmulas bastante complexas, faziam ressuscitar  sempre que necessário vidas animais ou até mesmo humanas. Tal procedimento também passou pelas mãos dos Alquimistas de séculos atrás, mas foram esquecidos por serem confundidos como bruxos.

Na Bíblia, no capitulo em que Lázaro ressuscita, dizem (somente para informação) que Jesus, por ter poderes de manipular a energia prânica, poderia muito bem tê-la usado no sentido de trazer seu amigo de volta à vida... “ressuscita, Lázaro!”... Mas são apenas informações.

Contudo, informações preciosas as quais poderiam (e podem) nos dar um norte do que os iniciados – e Cristo o era – faziam em circunstâncias como a descrita. Hoje, no entanto, temos pessoas que sequer passaram por escolas normais, quiçá de iniciação, e brincam com tamanhas forças desse elemento.

Linga Sharira. Mais um termo sânscrito que significa corpo astral, ou duplo etérico, responsável por abrigar o reflexo de nossas emoções; tanto que é que, coloquialmente falando, dentro do nosso meio, há pessoas que demonstram seu astral perturbado, e refletem isso no físico.

No antigo Egito, a importância desse elemento era tanta que, segundo Cristhian Jaq, autor de diversos livros acerca da civilização, que, quando enterravam pessoas – fosse no Vale dos Reis, lugar onde enterravam as autoridades, fosse  em locais longe dele, havia uma celebração, uma homenagem ao morto que se ia para o além, mas sabiam que, antes disso, seu corpo prânico – astral – estaria entre nós por muito tempo ainda; e mais, impostos eram cobrados até determinado tempo à família, sempre contando com o astral do morto, como se ele ainda estivesse vivo.

Enfim, não podemos entender com nossos olhos modernos tal comportamento de uma cultura que, no passado, era tão avançada quanto qualquer uma hoje em termos espirituais. Podemos, no entanto, entender que, se antes davam importância tamanha a esse elemento (subcorpo astral), o nível de consciência nosso de cada dia em relação ao que sabemos se torna a cada dia mais ínfimo, ou seja, é preciso que repitamos todos os dias “Só sei que nada sei mesmo”.

Para finalizar, temos  o quarto e último subcorpo: o Kama Rupa, ou corpo dos desejos, ou como conhecemos, o subcorpo em que reside nossas emoções. Dele vamos falar à parte no próximo texto.




Enfim, aqui já podemos dizer que percorremos metade do nosso caminho para elucidar um pouco o rastro de Didymos Tau´ma e seu mestre, Cristo.



Voltamos com mais quaternário na segunda.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

A sombra do que não somos

no rastro de Didymos Tauma

Platão: o quaternário seria o sensível em nós.


...Depois de reverberar pouco acerca do que somos, podemos falar um pouquinho mais do que não somos. Deixe-me melhor expressar. Em escolas iniciáticas não só da Grécia Antiga, mas de outras que se revelaram tão essenciais quanto à última, o ensinamento aos discípulos era dizer-lhes exatamente o que eram e não eram ante a um universo real, eterno, o qual, de alguma forma, estaria dentro de nós – e está – e cabe ao homem, em qualquer época, buscar esse ponto dentro do seu pequeno espaço que os deuses lhe dão...  A sua vida.

Já nos foi dito, não somente por Cristo, mas pela maioria dos homens de bem, que um dia plantaram ideias espirituais na terra, no homem, que somos perenes, ou seja, que passamos, vamos embora. Claro. Mas a tradição, e seu legado, como temos sempre colocado aqui, e é o motivo da existência deste blog, quiçá da nossa, diz que há uma parte que se revela eterna e a outra, não.

Da parte que dura, que se molda ao universo, é um tanto quanto difícil reverberar, contudo, tentamos em textos passados, como no anterior, no qual falamos um pouco do Nous Platônico, o qual se conecta com um Uno, e que, em nós, sobrevive como um morador de um terceiro andar não visitado há séculos, somente por sábios que o conheceram de “soslaio” e ainda sim são enigmáticos em suas palavras, ou melhor, necessariamente enigmáticos, pelo fato de ver o que a maioria tem dúvida.

E quando Cristo, em meio àquela época tão decadente, se expressa, somente aos seus discípulos, consegue ser um tanto quanto claro, mas, na realidade, nem todos os compreendem, mesmo porque nem todos teriam a profundidade do mestre. Mesmo assim, em tentativas de expor ao grande povo por meio de sermões o que “vira”, o ou que somos, ou que seria mais importante não somente naquela, mas em todas as épocas, ele aposta na busca sensata humana por si mesmo.

O quaternário

Bem... Vamos dar uma pausa em nossa ascensão  em nossa escadaria psicológica (rs) e tocar em um ponto interessante, ou melhor, em um ponto necessário para a compreensão de nosso Eu, a parte superior. Falemos de nossa personalidade, desse ser necessário ao homem animal, a qual serve de ponte aos nossos propósitos naturais – ideais, filosofias, psicologias etc – e que a atravessamos e/ou nela permanecemos com intuito de progredir em qualquer nível...

Porém, como meros veículos pelos quais nos apaixonamos, os elementos dessa personalidade agem e na maioria das vezes nos fazem acreditar que estamos no céu de nossas possibilidades; não, talvez, de nossos objetivos, os quais podem chegar ao que queremos sempre, e sempre baseados em premissas interesseiras, sejam externas ou internas.
Vamos clarear isso...


Mas no próximo texto.


Até amanhã...

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Um Pouco do Céu

no rastro de Didymos Tauma


Céu: um pouco do que somos.




E assim começamos a analisar o homem de acordo com a mais mística tradição. E, no texto anterior, demonstramos que Platão (428 aC-348aC), iniciado nos mistérios sagrados, tenta elucidar de “forma coloquial”, por assim dizer, o que podemos entender um pouco acerca do papel humano frente às dimensões naturais do universo. Platão dividiu a parte de cima em corpo mortal; princípio imortal e uma alma separada... Ou homem físico, alma animal e alma espiritual.

A Alma animal, ou emocional, seria todos os valores naturais que concebemos quando nascemos, os quais podem transladar para a parte ínfima, que é o corpo mortal (ou soma), ou mesmo, com o tempo, elevar-se para a parte de cima, a alma espiritual (ou Nous no homem).

Sempre deixando claro o mestre, que todos os elementos referidos, principalmente a alma espiritual, são dimensionais, ou seja, estão no universo como uma grande alma, à qual se referiu no Timeu, como um grande espírito, ou como ele mesmo um dia se referiu ao universo, um grande ser.

Aqui, cabe salientar que simbolicamente muitos se referiam (ou ainda se referem) à parte interna do homem como  Céu no Homem. Ou melhor, o próprio Nous seria o Céu, o Ideal humano, ou quem sabe, aquele Individuo interno ao qual se refere o autor de a República, quando fala de Justiça, Verdade, do Bem...

O Nous, apesar de ser pouco expresso semanticamente em temos coloquiais na obras de Platão, podemos dizer que é a parte que está acima de nossas possibilidades sensíveis de projetá-lo e visualizá-lo como sombra do homem. Não, não podemos. Mesmo porque tal denominação adveio de tradições mais tradicionais ainda, talvez um Pitágoras, um Zoroastro, ou mesmo de culturas mais espirituais que a própria Grécia, enfim, do Egito, onde teria o grande filósofo se iniciado... Assim como Pitágoras, Anaxágoras, Anaxímenes, e até mesmo, segundo alguns estudiosos, Cristo.

Enfim, podemos por assim dizer que “a parte de cima” de nossas possibilidades, chamada de Nous por Platão, de Átman, pelos indianos, é relatada de várias maneiras em palavras dos mestres de sabedoria, como na tentativa de nos transferir esse mundo que desconhecemos – “Meu Reino não é desse mundo”, dizia Cristo, incansavelmente – e a assim, com simples ferramentas, entrar pelo menos na parte racional que nos indica que há uma realidade por trás desse simples corpo do qual vivemos, e que se vai com um simples sopro.

E podemos, enfim, por meio dessas elucidações, trazer à tona parte de um universo que necessita ser compreendido, mas a passos de formiga, com o faziam anteriormente. E como todos esperam, entender um pouco as palavras dos grandes que um dia estiveram entre nós e nos deram termos para elucidar seus sentidos, nos deram uma personalidade que pode ir ao Céu e ao Inferno, na busca invariável por uma verdade que brilha tão longínqua quanto aquela estrela que vive no obscuro espaço em tempos de frio.


No próximo texto falaremos  da parte que nos concebe relatar com mais ânimo, ou com menos complexidade que a primeira, a qual, de acordo com os parâmetros exotéricos, sintetiza o que não somos, ao passo pensamos em ser, em razão de nossa dedicação a ela... a personalidade do homem, a parte sensível.




Ave!

terça-feira, 27 de maio de 2014

Escudo Eterno do Homem

No rastro de Didymos Tauma



Platão: um brilhante mistério .




Há muitas divagações acerca do que somos internamente, sendo um amontoado  de opiniões deveras ligadas à massificação, a deturpações, de grupos e indivíduos que se julgam sábios. Mas, na realidade, se nos detivermos nessas opiniões e fizermos analogias com o que foi estudado há séculos pelos guardiões iniciados, veremos que são somente substratos incoerentes com verdade.

Para quem respeita a filosofia grega – a platônica, pitagórica, zoroastriana, sabe que a essência delas sobrepuja a qualquer uma em razão de ser uma das épocas, como não se sabe ainda, em que os maiores pensadores com suas ideologias transformaram e marcaram aquele tempo e  o nosso para sempre.

E, hoje, quando nos referimos a Alma, a Espírito, a Corpo, devemos sempre deixar claro que todos esses elementos, de alguma forma, vão significar não algo literal, justamente pelo fato de serem, a nosso ver, uma natureza compreensível,  e por consequência deturpável... E foi assim que o Ocidente entendeu, deturpou e levou a gerações a incutirem o que bem entenderem a respeito de tais elementos.

A prova disso é que no Ocidente, há muito tempo, padres se iniciaram e desceram as escadas da pirâmide da sabedoria com intuito de levar às massas o que não poderia ter saído das escolas iniciáticas; sábios falaciosos de rua nasceram, cresceram e, até mesmo na era em que Sócrates era vivo, e que os combatera arduamente, "ensinavam" em troca de valores em espécie.

A Natureza Humana

Antes disso...

Quando Platão escrevia acerca do que chamamos corpo e alma e homem, não se referia ao que conhecemos como tal. Como iniciado que era, não poderia detalhar, esmiuçar em palavras ao público em geral, mas racionalizar, no sentido mais inteligente da história, o que tais elementos significavam dentro do prisma filosófico, pois era mais que proibido, era um dogma universal...

E quando o mestre falava em corpos, por alto, referia-se a parte concreta, em uma dimensão criada, corruptível; por outro lado, a parte eterna, formada da mesma essência do absoluto. Para ele o homem é composto por 1) um corpo mortal, 2) um principio imortal e 3) uma alma separada, é o que chamaríamos (ou chamamos) de homem físico, a alma espiritual ou espírito, e alma animal (o Nous e psique)... *

Um conceito que até mesmo o discípulo Paulo englobou, segundo H.P. Blavatsky, iniciado também nos mistérios ocultos (!), ou seja, ele tinha o mesmo conceito platônico acerca de alma e espírito quando conceituava o homem, o que não era desrespeitoso ao fiel cristão, pois muitos depois dele, do discípulo, cristianizaram Platão, ou seja, tiveram a mesma ideia, mas cravaram como ideologias sectárias mais tarde, desconfigurando o real conceito.

Mais tarde, observaremos que tais aspectos foram esmiuçados nos sentido de explicar outras dimensões em forma de subcorpos, mas que, assim como as primeiras, não foram reveladas completamente pelos filósofos do passado, justamente pelo  fato de que haveria a ascensão das religiões, e por consequência a elucubração de conceitos novos, misturados aos do passado.


Enfim, os aspectos humanos internos até então estão resguardados, graças a sabedoria dos iniciados. E por isso vamos respeitá-los como devemos.






No próximo episódio, mais homem setenário.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

A Semântica na Matemática

No Rastro de Didymos Tauma


Pitágoras. Sua Matemática era sagrada.



Sabemos que existe uma matemática sagrada por trás de tudo que dissemos, dentro da qual cientistas especializados se contorcem em expressá-la por meio de imagens, ou até mesmo ao nos explicar o tempo e o espaço das questões inerentes ao cosmos. Mas se estudarmos um pouquinho mais, vamos ver que essa questão pode ser estruturada a partir de homens consagrados no passado que fizeram da matéria a conexão humana entre os deuses.

Pitágoras (nascido por volta de 580 aC) foi um deles. Quem nunca estudou o Teorema de Pitágoras? Pois é, ali é apenas uma manifestação física a partir de uma fórmula que nos faz entender a estrutura da matéria. Mas o grande Pitágoras, considerado um dos mais importantes matemáticos da antiguidade, como todos sabem, alinhava seus cálculos para descobrir a música (música das esferas), o espaço, o tempo, enfim, algo mais profundo do que geralmente se espera de um matemático. Diziam que, para entrar em sua Academia, em principio, dever-se-ia saber geometria, e fazer parte do grupo dos matemáticos. Assim, mais tarde, também na Academia Platônica...

A matemática sagrada nos ensina a entender que não somente há números perfeitos, mas que, cada um, significa algo, mas  um algo completamente diferente do que sempre pensamos. Por exemplo... O Zero (0) significava Deus, e em algumas nações que preservam esse sentido, pois o número, ao contrário do que refletimos acerca dele, vem com a semântica do silêncio do Espaço, de Brahmam adormecido,  do momento Pralaya do universo, enfim, das estrelas não surgidas, do Escuro no escuro, da palavra não dita... A partir daí, as manifestações... o Um, o Dois, o Três... Nesse terceiro número, far-se-ia a Tríade que equivaleria o espírito manifestado.

Depois do Terceiro, manifestações puras foram surgindo, até surgir dimensões maiores e compreensíveis ao olhar humano, mesmo assim, relativas culturalmente, o que possibilitou interpretações inúmeras em livros sagrados. Mas o mais importante é que todas elas concordam que daqueles três pontos – como diria a teósofa Blavastsky – houve uma Inteligência organizada da qual todos os astros vieram e se alinharam matematicamente, sem que houvesse casualidade entre eles.

A partir deles, desses três pontos, a Filosofia iniciou um processo de estudo humano, no qual todos os pontos macros foram encontrados dentro do homem, e neste, mistérios que poderiam ser visualizados no Macro, ou seja, tudo estaria dentro do Todo – o homem no Macro, e o Macro no homem... Por isso, na Astrologia do Timeu, livro de Platão acerca dos mistérios de Atlântida, o escritor nos diz que as almas humanas estão em conformidade com as almas do universo, e se fundem – como dito em textos anteriores.

A questão, no entanto, vai além. Uma estudiosa do assunto, a Teósofa Helena Blavatsky diz que o uno é dotado de dimensões das quais o próprio homem aparece como portador de todas elas – isso é Platônico. E subdivide todas elas como elementos internos, ou subcorpos que equivalem Personalidade e Espirito...





Voltamos amanhã


sexta-feira, 23 de maio de 2014

Dentro da Palavra

"Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Do contrário, no tereis recompensa junto de vosso Pai que está no céu." (Sermão da Montanha).


Palavras: larvas de nosso vulcão.



Não precisamos, claro, apenas do mito – que é de uma grandeza infinita, ao mesmo tempo tão singular e cultural --, pois temos as parábolas, nas quais a narrativa se faz com preceitos morais no final. E Cristo era mestre nisso. Mas ao que se referia era um tanto complexo, pois tínhamos que ter um conhecimento a priori do que dizia... Por isso se diz que o salvador dos cristãos foi um iniciado nos mistérios tradicionais...

Muitos dizem que, a partir dos doze anos, Cristo se foi para o Egito, outros, viver com os essênios, uma comunidade espiritual que vivia na maioria do seu tempo em cavernas, na prática de sua filosofia. Na terra dos faraós, teria aprendido os mistérios metafísicos tais quais os anaxágoras gregos, ou como Platão, entre outros, os quais, escreveram obras que até hoje prevalecem como norte de nossa civilização, mas com o pé na tradição egípcia...

Porém, Cristo, assim como Sócrates, entre outros, não deixara nada escrito. O que temos, então, seria a compilação dos seus ensinamentos interpretados, após anos, por seus fiéis. E isso cai naquela mesma percepção: “por que esperaram tanto para escrever algo acerca de seu mestre e de seus ensinamentos?”... Até mesmo Platão, após a morte de Sócrates, não só compilou o que seu mestre dissera em vida, mas o ultrapassou em conhecimento. Mesmo assim, o Discípulo o homenageia, colocando-o como personagem principal em todas as obras.

Mas o que fez com que os discípulos de Cristo levassem a homenageá-lo tão tardiamente? Mais alguns especialistas na área – depois de anos de estudo – descobriram que, pelos anos que se passaram entre a morte de cristo e o que foi escrito, tem um intervalo espetacular de dois a três séculos. Ou seja, é possível que os principais discípulos, Mateus, João, Pedro, Paulo não teriam escrito algo sobre a vida ou ensinamento de Jesus, e sim outros... Mas quem?

Enfim, o que denotamos aqui é que teremos que passear pelas palavras de um mestre que se foi, não deixara nada escrito, e ao mesmo tempo sem saber quem sobre ele escreveu. Teremos que nos prender muito mais nos achados os quais não passaram por deturpações a que são acostumados, tentar interpretá-los à luz da filosofia tradicional, e não temer a Deus, pois, como diria um grande professor... “se temermos a Deus, como iremos descobrir quem somos nós?”

Voltando à Tradição

Todas as palavras de Cristo – não só em seus sermões, mas em suas revoltas, em suas orações – tinham sentido universal (e ainda têm). Todas elas nos achocalham por dentro como que uma água que quer virar vinho, mas na hora... não consegue.  É como se fôssemos animais e não sabíamos, e quando sentimos o poder de sua oração, na palavra, nos sentimos mais humanos, mesmo sem compreender absolutamente nada!

Na realidade, alguns pastores, fiéis, apóstolos modernos, anciãos, até tentam, por meio de sua oratória maravilhosa, unida a perspicácia de manipulação de massa, mas a verdade se esconde tão perfeita, que é preciso criar uma sub-verdade (!!) e iniciar um processo de educação religiosa baseada no que acreditam.

É mais que normal isso. Isso ocorreu até com o budismo. Muitos, atualmente, prosseguem com filosofias adversas ao do principal buda, o qual deixara em vida ensinamentos eternos, porém interpretados erroneamente como a “religião da calma”... Tendo como símbolo um buda gordo, sentado e sorridente.

O símbolo cristão é o da cruz, a qual, em muitas religiões do passado, significara outra coisa. Calma, quando digo outra coisa, me refiro ao que ela realmente significara... No Egito clássico, até mesmo em civilizações ameríndias, a cruz fora símbolo do céu e da terra. O céu, aqui, é o infinito, para cima, em vertical, como na própria Grécia já era ensinado; a terra, tudo que era horizontal, tudo que se dizia matéria... E o ponto no qual se cruzavam, na maioria das vezes, era o próprio homem, que, como sempre nos sentimos, entre o céu e o inferno, entre Deus e o Diabo...

Enfim, as palavras de Cristo têm um pormenor que nos atrapalha em interpretá-la, e o nome desse pormenor chama-se espiritualidade. Não adianta irmos atrás de nossos ideais, se não o fazemos com o coração, com a alma, com amor. E nós, como cegos a tudo isso, temos que ter a certeza de um pingo desses valores corre em nossas veias.








Voltamos com o homem septenário.


quarta-feira, 21 de maio de 2014

Almas que se fundem.

No Rastro de Didymos Tau´ma.




A Arte e o simbolismo: a fusão de Deus e do homem.




...Como partícula indivisível, o átomo nos deixa ainda de maneira superficial seu papel no Universo, e nos fica uma grande interrogação acerca do que é ou não é. Claro, cientificamente, temos uma partícula que se divide sempre e nela serão descobertos mais elementos a compor a tabela periódica...

No entanto, como fora dito no texto anterior, a partícula a que se refere Demócrito, de Albidera, não é a mesma, ainda que o conceito do átomo científico é o mesmo – átomo, sem divisão – o filósofo falava de algo mais profundo, de partículas invisíveis, que Platão mais tarde vai chamar de Demiurgo, no Timeu. O Demiurgo, segundo o grego, são potencialidades específicas, que teriam criado o universo sensível.

Devemos deixar sempre claro que o Demiurgo não tem nada a ver com o deus cristão, que teria criado o universo a partir de elementos separados de si mesmo, o que não é aceito dentro da filosofia grega. Pois quando se fala em Demiurgo, fala-se de elementos que surgiram no mundo inteligível, de uma Inteligência a qual não teria como conceituarmos aqui, mas, segundo os gregos, surgiu de si mesma.

Podemos falar que o próprio homem, e sua alma, dentro do que o Demiurgo constrói o universo, se funde com a Alma Maior, de modo que se deixa subtender  que temos vínculos naturais com o todo.

E é aqui que surge possibilidade se surgimento dos deuses, de seres antropomórficos na filosofia grega e outras culturas, na quais o simbolismo pesa no sentido de explicar o que as entrelinhas não o fazem, o que o próprio grego não consegue em linhas racionais – quer dizer, talvez o façam, mas o critério adotado, assim por muitos do passado, é trazer à tona elementos que se fundem metaforicamente entre o homem e seu espírito, o homem e a grande alma universal.

Na cultura egípcia, por exemplo, quando temos no mito osiriano a morte do deus principal, Osíris, quando o grande deus misterioso Seth o decompõe, sabe-se que o deus maior tornou-se um, tornou-se o universo, ao contrário do que Seth queria, que era a morte do irmão. E assim por diante...

O ideal do mito, no entanto, não é traduzir apenas o universo, mas a essência de uma cultura que, nas entrelinhas dos contos, das lendas de seus heróis, e de mitos seculares, tornou-se mais forte e respeitada com o passar do tempo, além de demonstrar riquezas que nunca mais serão conquistadas, mas apreciadas por culturas presentes...

O mito, assim, com esse objetivo, vai servir de ponte entre o homem e sua cultura, do homem com o universo, do homem consigo mesmo, porém se transformará em descaso com tempo, mudando seu conceito, de modo a ser confundido com mentiras, casos inventados, etc... Pelo fato de levarem o legado mitológico como algo literal. E isso é perigoso...


Deixando de mão o mito, o homem em civilizações passadas, como tendo sua alma construída pelos deuses, fundida com a alma universal, teve sua divisão em sete partes, e por meio dessas partes, tentaremos explicar as palavras de muito filósofos, até mesmo a de Cristo....






Abraços.
Até amanhã.

terça-feira, 20 de maio de 2014

O Mistério da Partícula

No Rastro de Didymos Tau´ma


Para compreender o simbolismo das palavras do mestre cristão, temos que nos remeter também a um mundo no qual filósofos, teósofos e primeiras civilizações se importaram em explicar, de maneira distintas, mas a pontos semelhantes: o surgimento do átomo. 


Universo Grego. Estrutura Clássica.

E o verbo se fez, o um se fez. Todas as referências clássicas com relação às palavras significam o aparecimento da matéria, da expressão máxima de um Logus que maximizou a Energia e produziu a menor partícula do Universo – o átomo.  Aqui cabem conceitos teosóficos e filosóficos acerca do aparecimento dessa partícula.

Como todos sabem, cientistas há que acreditam que o universo surgiu a partir do Big Bang... Uma  “pequena” explosão que, segundo estudiosos do assunto, se deu há um pouco mais de 13 bilhões de anos.  “No início só existiam quatro energias, a força nuclear forte e fraca, eletromagnetismo e força gravitacional. Por um fenômeno aleatório, a força gravitacional se desprendeu das outras três, que não se estabilizaram mais, então começou a se expandir, gerando assim a explosão”...

Antes dessa grande explosão, os grandes cientistas não sabiam (ou não sabem) o que havia, pois não calculavam que o próprio universo respirava (e ainda ‘respira), como um grande ser vivo – como dizia Platão – e nesse respirar, movimentos de desprendimento e de recolhimento se fazem, em circunstancias completamente diferentes. Na Índia Antiga, quando havia um conhecimento mais direcionado, sábios diziam que o movimento de expansão, evolução, do Universo chamava-se Manvanthara, e o de recolhimento, involução, Pralaya – isso desde que o universo é ele mesmo. Ou seja, desde sempre.

Claro que nossos cientistas, mais tarde, descobriram tais movimentos, não baseados na tradição, e sim pelos estudos incansáveis, o que lhes poderia ter sido poupado se tivessem a par do conhecimento antigo, mas, segundo eles, tal processo, atualmente, o de expansão, ainda se faz e de maneira acelerada, o que quer dizer que, querendo ou não, o Universo está propicio a iniciar, o quanto antes, o processo de volta, Pralaya...

Voltando ao átomo

Quanto falamos em átomo, introduzimos o pensamento a uma partícula, a nosso ver, por mais indizível que seja de tão minúscula, juntamente com seus prótons, nêutrons e elétrons, existente, como matéria. No entanto, confundimos muito quando nos referimos ao átomo como conceito tradicional.

Por exemplo, Demócrito, de Abdera (460 aC – 370 aC), que sempre silenciou os mais estudiosos ao se referir à partícula como pequeno tijolo vital, o que estrutura o universo, não fazia alusão ao átomo científico ao tocar na palavra átomo, mas a um elemento que mais tarde Blavatsky vai chamar self, ou Alma do universo.


Timeu


Platão, nessa mesma tangente, fez refletir sobre o mundo material, esse que vemos e nesse que vivemos, como um mundo – universo perceptível, e o não, composto pela Alma do Universo, seria o indizível, o inteligível, nascido do Ideal, da Inteligência, sobre a qual temos complexidade em explicar aqui.

Mesmo assim, o filósofo grego nos encaminha ao pensamento astrológico, racional, deixando claro que não se pode expor de maneira fácil ao que chamamos de Universo, átomo, matéria... Há de convir, temos que elaborar formas nas quais podemos perceber essa elaboração do mundo, por meio de potencialidades as quais chamadas e denominadas de deuses (e por que não?), como personagens de mitos que explicariam o que hoje o homem-cientista tenta por meio de suas descobertas fazê-lo.


E você deve estar pensando..."O que Cristo tem a ver com isso?"...


O átomo não é só uma partícula indivisível, material, mas, ao ver nosso, o início de tudo, até do Espírito. E o mito vai explicar isso.




segunda-feira, 19 de maio de 2014

Palavra. O grão que virou areia

No Rastro de Didymos Tauma


A Importância da escrita suméria foi maior que a de hoje.




Já pensou se todas as palavras fossem apenas símbolos fáceis de compreender? Bem... Com as vastas culturas que nominaram o mundo, teríamos certos problemas e não haveria mais lembranças de que um dia um sumério, um inca, ou mesmo um egípcio teria passado por aqui e nos revelado suas essências que, com o passar do tempo, se tornam tão relevantes quanto o dia em que suas palavras (escritos, hieróglifos...) foram descobertas pelo homem.

Ou seja, a História não teria que interpretar mais o que estava escrito, pois estaria claro, literalmente, o que as palavras estariam nos trazendo, sem margens a mistérios do que foram. E isso, como hoje o fazem, surtiria um efeito contrário ao que as palavras objetivariam: trazer a verdade velada pelas culturas.

Tudo isso que conhecemos, quer dizer o pouco, deve-se graças a uma realidade porque temos que passar, ingerir, pois temos pessoas iletradas que não fazem questão de ir atrás de seus direitos, quiçá dos mistérios que sobrepujam o que somos; ou melhor, não completamente iletradas, mas pessoas que se influenciam pelos “nobres” que se julgam donos de um tempo, de uma época, como na Idade Média, na qual tivemos a Igreja tão responsável pelas mortes humanas, quanto hoje o são bandos que se formam em favelas, enfim, temos homens que se apoderam das verdades, por acreditarem que o próprio povo igualar-se-ia em sabedoria a eles.

Isso não é uma brincadeira. Até hoje, governos acreditam que a educação só se faz em suas escolas privadas, aos seus filhos mimados, sem qualquer esforço, ao contrário da maioria, que paga, pega ônibus, trens lotados, ou vai a pé, na lama, na poeira, na dor, apenas para encontrar um pessoa para lhe passar informações necessárias ao seu desenvolvimento pessoal e quem sabe profissional. Aqui, a própria informação se torna uma arma aos demais, por isso poucos têm direito a ela...

Não estamos aqui, no entanto, para falar de política, mas do poder da palavra, do verbo, o qual, em culturas passadas, teve valores semânticos profundos, os quais nortearam nossas vidas e nos elevaram culturalmente como filhos educados por um grande pai (ou uma grande mãe).

E quando surgiram as primeiras escritas, as cuneiformes, dos sumérios, vimos aparecer nossos primeiros pais, pois não tínhamos nos expressado até então, mesmo porque não havia como fazê-lo, não havia como expressá-lo, e com aquele ato, transformamos o mundo. Éramos a primeira espécie a deixar em forma de escrita nossos pensamentos...

Antes disso, claro, eram desenhos dos nossos antepassados, a detalhar nossas vidas em cavernas, no chão, nas pedras, como se fôssemos crianças grandes na tentativa de se expressar em nome de algo que vimos, amamos, comemos, passamos em nossos dia a dia, enfim, era outra necessidade básica de comunicação, fosse com o presente deles, fosse com o futuro.

A realidade, porém, é que,  quando surgiu o primeiro pensamento em forma de palavra, iniciamos um processo universal, material e místico, e não sabíamos. Na escrita, o universo indizível do homem começou a aparecer, e ele, nesse universo revelado, um tradutor do que via, só que agora em palavras...





Voltamos com mais palavras no próximo texto.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

No rastro de Didymos Tau'ma: a importância da semântica.

Enxergar além do concreto: missão difícil.



Dê a César o que é de César” foi apenas uma expressão com intuito de despertar o lado semântico  que em nós dorme há milênios. E assim, como muitos vieram com esse intuito, o de despertar em nós esse lado, essa parte invisível, indivisível e, no entender das tradições, imortal, não apenas Cristo, como também outros filósofos antes dele, com suas buscas indiscriminadas em nome da verdade, mudaram o rumo da história.

E se quisermos analisar friamente com nossas ferramentas palavras por eles ditas, não teremos sucesso, pois temos que nos aprofundar um pouco mais naquilo que foi abordado por civilizações antigas nas quais houve palavras que, até mesmo à época daquela sociedade, eram tão inovadoras como ideias hoje há com esse intuito, o de renovar externamente algo.

É preciso tocar nas águas gregas, persas, egípcias, no grande Oriente Médio, onde, até hoje, resguardam-se relíquias com a persistência em não esquecer o que realmente foi no passado, apesar dos grandes conflitos do presente.

Tentar entender a vida de um Avathar então seria realizar uma proeza fascinante, o que está longe de acontecer conosco. No entanto, já que vamos abordar um assunto um tanto quanto inovador a está página, devemos fazer comparações, reunir informações, e se necessário copiar alguns dados de outras fontes, o que jamais foi feito aqui.

E ao falar em Didymos Tau´ma, Tomé, como discípulo de Cristo, teríamos que entender seu papel na história, o que não seria muito possível em razão dos poucos dados que nos restam. É possível, no entanto, graças à descoberta no Alto Egito, em 1945, podemos conhecê-lo um pouco, e tentar com o que temos levá-lo daqui para frente em nossos objetivos.

Tomé

Dadas as poucas passagens na Bíblia que indicam as falas do discípulo, temos uma na qual o caracterizou como Tomé, o incrédulo, e depois, Tomé o Crente.  Foi no dia em que Jesus havia ressurgido (ressuscitado) após três dias morto.  E o discípulo aceito questionava a respeito da veracidade do que o mestre havia passado. E, com seu dedo, tocara em uma das chagas do salvador cristão. Daí por diante, nunca mais duvidou das palavras de Cristo.

Mas os escritos encontrados nos remetem a um Tomé mais participativo, como se ele fosse um ser persistente, determinado, falador – não implicante – e que, de certo modo, sobressaia-se entre os outros.

Claro, isso tudo de maneira semântica, ou seja, nas palavras que serão colocadas, teremos que usar uma “artimanha” que só encontramos em provas de concurso de nível superior.

Enfim,  nos próximos textos iremos, trabalhar não só de maneira filosófica as palavras do mestre, como também conhecer mais um Tomé não descrito nas escrituras.

Antes, porém, levar a todos o porquê do simbolismo em textos sagrados.



Até segunda!

quinta-feira, 15 de maio de 2014

No rastro de Didymos Tau'ma. O Sermão de Cristo.


Sermão da Montanha. Puro simbolismo.



Antes de iniciar nosso caminho em busca do grande significado das palavras do mestre, temos que fazer uma reflexão meio aprofundada sobre elas, mais uma entre tantas que fazemos diariamente; essa, porém, vai nos fazer lembrar do porquê estamos nessa tentativa de traduzir palavras que nos levem a uma dimensão completamente diferente a da nossa. Uma dimensão paralela, talvez, que se exibe invisível e que nos remete a um pensamento platônico, que diz... "há o mundo sensível e o inteligível", e a outro que diz que o mundo invisível é eterno, o nosso, sensível, não...

Interessante, não? Se estamos em um mundo sensível, é natural que estejamos refletindo acerca do inteligível, e se este há, podemos trazer até as nossas reverberações explicações, pensamentos, ainda que difiram da do filósofo Platão. Ou seja, podemos dizer que Blavastsky, a mestre do teosofismo, em sua tentativa de demonstrar a realidade a seus discípulos sobre o "outro lado", foi fiel à tradição -- também o foi Sócrates, e por que não dizer... Cristo em suas palavras sagradas?

O salvador, o tempo todo, falava desse mundo paralelo. Deixava que pessoas intuíssem a respeito dele... ("meu reino não é deste mundo.."), levando-as a meditar que mundo seria aquele ao qual se referia. E no fim... Para o desespero natural da história humana, acreditou-se que mestre cristão estivesse a falar de um paraíso literal no qual ele e o Criador lá estivessem a reinar eternamente, para eternun seculus...

Não é tão simples assim, mesmo porque não temos ferramentas -- somente os iniciados a tinham... -- para a compreensão do que Cristo falara. Apenas colocações em forma de metáforas, parábolas, contos... Dos quais o salvador retirava explicações, em racional, e se dirigia aos discípulos, ou mesmo à grande massa, para dizer que o mundo real não era o nosso... Mas aquele do qual vínhamos, o inteligível.

O Sermão

No Sermão da Montanha, uma das passagens mais belas da Bíblia, quando Cristo vai se expor, deixando clara a sua sabedoria ante ao mundo, à sua época, a ensinar o que se deve fazer em um mundo sensível por natureza e ao passo conflituoso, por exemplo, podemos questionar a respeito de suas palavras que saíam ao grande público como água que explodia de diques, e derramava até o último ouvinte.

Em meus estudos, percebi que "Sermão da Montanha" pode ser uma pequena expressão simbólica, em que constam diversos significados, e que nós, meio cegos e órfãos, não percebemos que Montanha, no contexto, não é somente uma estrutura imensa, às vezes maior do que qualquer estrutura mineral já vista pelo homem, mas também o ponto mais alto do ser humano... Já pensou nisso?

Ele, Cristo, poderia ter feito o Sermão, não exatamente de uma montanha, mas de dentro de sua alma, daquele lugar, como diria Marcus Aurelius mais tarde, idílico, ao qual somente nós temos acesso. Eu diria... Espírito. Diria mais... Acredito que, como sábio que era, pelas palavras que pronunciara, podemos dizer que o nows (que significa o uno em si) platônico se fez na voz do mestre. E se houve alguma palavra que dissera, como percebemos na leitura do Sermão, que não é uma interpretação gratuita, ela teve o cunho de nos remeter a nós (nows) mesmos...

Dê a César o que é de César”, disse, quando lhe questionaram a respeito dos impostos de Roma.

Palavras essas que soaram como fáceis em nossos ouvidos, porém, ao levá-las para o lado metafísico da questão, teremos que desmembrar uma série de referências que ele mesmo esconde na oração. César pode ser nosso mundo, nossas dívidas, nossas organizações para com o mundo sensível, ou mesmo com o todo, enfim, também nossas relatividades que nos levam a refletir a cerca de nossa existência... Nada tão racional ao ponto de compreender de forma natural.

O Sermão, se prestarem atenção, é realmente uma referência simbólica, porque, de acordo com estudos, Cristo jamais poderia ter sido ouvido com as poucas ferramentas que a época lhe oferecia. Não havia microfones, carros de som, caixas de som amplificadas, nem mesmo um tradutor simultâneo ao que explanava...


Concluindo... Devemos repensar tudo que lemos e ouvimos a cerca do salvador.. Não só dele, mas de personagens sagrados que um dia fizeram parte desse mundo, e mesmo com tortas interpretações, conseguiram sobressair-se. Pois normalmente o que dizem vem do céu.







Que a paz esteja convosco
nesse dia até o próximo texto.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

No rastro de Didymos Tau'ma

Tomé. Sempre querendo ver para crer. Ou tocar...




Um homem que já estava nos planos do universo modificar as estruturas humanas para sempre. Um homem ocidental. Sua vida repleta de significados, seus atos, de simbolismos. A partir de hoje, colocarei em meu humilde blog palavras cuja semântica vai nos remeter ao maior dos mistérios, ao próprio ser humano. No sentido mais latente possível, com explicações baseadas em premissas filosóficas tradicionais, nas quais lembrar-nos-emos de H.P. Blavatsky, Platão, Plotino, e nosso querido amigo do qual nos despedimos no texto anterior, Epíteto, a fim de explicar um pouco acerca do que Jesus, o Cristo, falara há dois mil anos ao seu possível discípulo... Tomé.

Por que possível? Sempre houve e haverá contradições acerca do que o mestre passara, fizera e realizara, por isso, estruturaremos nossas parcas linhas em uma das últimas descobertas que se dera no Alto Egito, em 1945, quando dois camponeses, no deserto, caminhavam em busca de um fertilizante natural na área.

No sopé do Jabal al-Tarif, começaram a cavar e ali encontraram um jarro. Na esperança de ser um tesouro escondido dentro dele, quebraram-no, e, e nele viram um quase pergaminho com escritos da época do salvador dos cristãos, de mais ou menos dois mil anos de idade. Segundo informações, eram de Tomé, o discípulo que, como todos conhecem, pelo menos ao que se refere a sua pessoa, e virou sinônimo, a sua dúvida extrema quanto ao que se tentava demonstrar a ele... Para ele, Tomé, nada passaria se não pudesse ver... Era o “ver para crer”...

Depois de estudos feitos por este que lhes escreve, percebi que tal sinônimo também pode ter sido um pequeno meio de tentar explicar não só o comportamento daquele discípulo, mas também das nossas fraquezas, da nossa ignorância frente à vida, que sempre nos remete seus mistérios, suas nuances, dentro de nossas possibilidades, e mesmo assim não acreditamos... Somente quando a vemos.

Mas Tomé, Didymos Tau´ma, Tomé, (ou Tomás), não foi somente este homem que nos remete esse pequeno símbolo, mas, segundo os textos, um dos discípulos mais incríveis que se pode perceber nas falas, conversações com seu mestre, nos retirando dúvidas quanto ao seu papel limitado em apenas duvidar das palavras do mestre...

Escritos

Os escritos de Tomé, que nos chegram em forma de textos evangélicos, são interpretações sobre o que Cristo dissera, já que, como todos devem saber, não deixara nada escrito; muito pelo contrário, todos a que se refere à Bíblia, em anos de pesquisas pelos estudiosos, deixaram suas palavras acerca da vida do salvador apenas anos depois... Muitos, até, séculos depois. Isso quer dizer que, querendo ou não, alguns textos ditos de Mateus, João, Pedro... não foram destes e sim de outros que de seus nomes apropriaram-se.


Enfim, sem entrar em polêmicas por enquanto com quem escreveu os textos bíblicos, teremos, dentro do que prometi, que usar de respeito para com aqueles que seguem o salvador, sem deixar rastros de dúvida que tais interpretações são meramente filosóficas, não fictícias, não modernas, a que abrange conceitos polêmicos que não nos servirão de nada, mas a tradicional, que nos remete a nós mesmos, e sempre com esse vigor, de reconhecer nosso universo, o qual sempre esteve aqui, ao nosso lado, ou melhor, dentro de nós...






Até amanhã
É ver para crer

A Parte que nos Falta

"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....